Introdução: A aloimunização pode causar problemas na vida reprodutiva da mulher, provocar a morte do feto, além de afetar o recém-nascido com a Doença Hemolítica Perinatal (DHPN). Objetivo e justificativa: Por ser uma condição previnível com o uso de uma imunoglobulina anti-RhD, este trabalho buscou compreender o porquê da persistência da aloimunização RhD no estado do RJ. Métodos: O problema da persistência da Aloimunização RhD foi descrito por informações retiradas de prontuários – de gestantes RhD negativas atendidas no Centro de Referência Estadual Instituto Fernandes Figueira (IFF/FIOCRUZ), no período de 2004 a 2012 – e por uma rede de causalidade, através de um fluxograma situacional, construído com base no conjunto de entrevistas realizadas. Resultados: Através das entrevistas foram apontados alguns nós críticos, como a falta de divulgação adequada, a falta de avaliação e monitoramento do Programa de Profilaxia da Aloimunização RhD e a informação insuficiente por parte do profissional. E de acordo com as informações encontradas nos prontuários, podemos afirmar que a maioria tem como perfil o 2° grau completo, tipo sanguíneo O negativo, tendo como origem o setor público. E a maioria delas não havia utilizado a imunoglobulina em período anterior, seja este evento gravidez, abortamento ou sangramento. Outro perfil visto foi que grande parte delas chegou ao IFF no terceiro trimestre de gestação, como já era previsto e relatado na rotina do ambulatório de pré-natal de alto-risco. Com relação à variável escolaridade, o resultado foi bem variado, sendo a maioria delas com o 2° grau completo e 2,4% das gestantes estavam na 1ª gravidez, 97,6% na 2ª gravidez ou mais. A média da faixa etária predominante foi de 30 anos. 46% delas já haviam sofrido aborto. Dessas, 48,4% das gestantes relataram não ter utilizado a imunoglobulina em pós-parto ou aborto anteriores. Foi encontrado ainda que 21,8% das pacientes tiveram filhos afetados pela DHPN (exemplo: hidropsia). A maioria das pacientes que possuíam mais de quatro gestações tem a informação da administração da imunoglobulina, nos trazendo indícios de que essas mulheres foram referenciadas anteriormente e que o protocolo para um pouco mais da metade delas foi adequado. O número de filhos afetados não diferiu muito em relação ao uso ou não do medicamento. As morbidades relacionadas ao feto ou recém-nascido nos indicaram que, na maioria dos afetados, não havia uso anterior de imunoglobulina pela mãe. Conclusão: A análise dos resultados da pesquisa mostrou ainda que a persistência é multicausal e que enfrentá-la exige ações complexas relacionadas ao atendimento integral no pré-natal e a ações interdisciplinares. Além disso, se faz necessário estudos com tamanho amostral maior e dados mais recentes.
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