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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S626 (Outubro 2023)
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ALOIMUNIZAÇÃO ANTI-KELL EM PACIENTE POLITRANSFUNDIDA: IDENTIFICAÇÃO DA ETIOLOGIA E SUA ASSOCIAÇÃO COM INFECÇÕES BACTERIANAS
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KT Pires, VA Brum, F Akil, BS Monteiro
Grupo GSH, Brasil
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HEMO 2023

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Objetivo

Identificação da etiologia de aloimunização para antígeno Kell em paciente politransfundida.

Material e métodos

Realizados testes pré transfusionais em paciente politransfundida. A partir da identificação de pesquisa de anticorpos irregulares positivo, realizado estudo imunohematológico complementar que evidenciou aloimunização anti-K. Realizada revisão da fenotipagem de todos os hemocomponentes transfundidos.

Resultados

Paciente sexo feminino, 17 anos, tem durante a internação diagnóstico de Leucemia Linfocítica Aguda. Nos primeiros 15 dias de internação apresentou demanda transfusional de 8 bolsas de concentrado de hemácias e 12 bolsas de plaquetas por aférese. Desde o primeiro atendimento hemoterápico foi realizada a fenotipagem estendida e as transfusões obedeceram a sistema Rh e Kell, e irradiação. Evoluiu com neutropenia febril, rash cutâneo, e instabilidade hemodinâmica. Em 17/10/22 apresentou hemocultura positiva para Streptococcus galoliticus sp. Em 22/10/2022 evidenciamos PAI positivo, TAD negativo e AC negativo. Realizado estudo imunohemtológico com identificação de anti-Kell. A fenotipagem dos doadores de todos os hemocomponentes recebidos foi repetida e todos eram de fato Kell negativo, assim como a paciente. Paciente sem histórico transfusional ou gestacional prévios. Fez uso de antibioticoterapia com Cefepime por 48 horas, suspenso por farmacodermia e iniciado Meropenem. Após 10 dias de antibioticoterapia, nova hemocultura negativa. Em 01/11/22, testes pre transfusionais com PAI negativo, e anti-Kell não detectado.

Discussão

Excluindo os anticorpos ABO e Rh, o anticorpo anti-Kell é o mais comumente encontrado. Geralmente é produzido em resposta a exposição transfusional ou gestacional prévia. A paciente em questão não tinha histórico gestacional e todos os hemocomponentes recebidos foram Kell negativos. Geralmente o anti-Kell é da classe IgG. Anti-Kell de ocorrência natural são raros e geralmente da classe IgM, e associados a infecções, podendo desaparecer após a resolução do quadro infeccioso. Existem na literatura relatos de anti-Kell natural associados a Escherichia coli e outras bactérias Gram negativas. A paciente em questão, teve hemocultura positiva para um Sstrptococus galoliticus, na ocasião da positividade do PAI e da identificação de especificidade anti-Kell. Ao término da antibioticoterapia, com hemocultura negativa, apresentou PAI negativo e anti-Kell indetectável. O Streptococcus gallolyticus é uma bactéria coco Gram-positivo e faz parte do grupo dos Streptococcus bovis (Streptococcus ) e Streptococcus infantarius. É importante causa de bacteremia, apesar de não termos encontrado descrição em literatura da sua associação com a produção de anti-Kell natural, a evolução do caso nos faz acreditar fortemente na possibilidade dessa associação.

Conclusão

A possibilidade de que componentes bacterianos podem desempenhar um papel na produção de anticorpos de ocorrência natural direcionados contra antígenos de hemácias não ABO deve ser levada em consideração em frente a ocorrência de anticorpos eritrocitários em pacientes sem histórico transfusional e gestacional prévios.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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