A aférese terapêutica é uma técnica consolidada na prática clínica, utilizada para a remoção seletiva de componentes sanguíneos em diversas condições autoimunes, neurológicas e hematológicas. Sua aplicação tem se expandido, refletindo a complexidade dos casos tratados e a necessidade de abordagens multidisciplinares.

Apresentar uma análise comparativa dos procedimentos realizados entre janeiro de 2024 a julho de 2025, destacando a predominância das modalidades terapêuticas utilizadas, a distribuição mensal dos atendimentos e a diversidade de diagnósticos tratados.

Estudo retrospectivo e descritivo, baseado em dados consolidados dos atendimentos realizados no serviço de aférese terapêutica entre janeiro de 2024 e julho de 2025 pela Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas- HEMOAM. Foram incluídos três tipos principais de procedimentos: plasmaférese, plaquetaférese e leucaférese. As informações foram organizadas por mês, tipo de procedimento, número de sessões realizadas e diagnósticos clínicos. A análise comparativa considerou variações absolutas e percentuais entre os dois períodos.

Entre janeiro de 2024 e julho de 2025, foram realizados 506 procedimentos de aférese terapêutica, sendo 265 em 2024 e 241 de janeiro até julho de 2025. A plasmaférese foi o procedimento mais prevalente em ambos os períodos, totalizando 472 procedimentos — 245 de janeiro a dezembro de 2024 e 227 de janeiro a julho de 2025 — o que corresponde a mais de 90% do total em cada ano. Essa predominância reforça seu papel central no tratamento de doenças autoimunes e neurológicas. A plaquetaférese apresentou 12 procedimentos em 2024 e 8 até julho de 2025, representando uma variação negativa de 33,33%. No entanto, como o ano de 2025 ainda está em andamento, essa diferença pode refletir apenas uma tendência parcial. Já a leucaférese manteve-se relativamente estável, com 8 procedimentos em 2024 e 7 em 2025, indicando uma leve variação de 12,5%. Em relação aos diagnósticos, os mais frequentes foram síndrome de Guillain- Barré, miastenia gravis, esclerose múltipla, neurite óptica, mielite transversa, púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), leucemias agudas e trombocitose. A neurite óptica foi o diagnóstico mais comum em 2025, com 12 ocorrências e em 2024 a Mielite Transversa foi mais prevalente, com 9. Esses dados reforçam a aplicação da aférese em doenças neurológicas autoimunes, além de sua relevância em casos hematológicos e de rejeição pós-transplante. O número de pacientes atendidos em 2025 foi de 49, com média mensal de 7 pacientes, enquanto que em 2024 foram realizados procedimentos em 61 pacientes, com média mensal de 5.

A análise comparativa entre os anos de 2024 e 2025 revela uma expansão significativa na demanda por procedimentos de aférese terapeutica. Em 2024, foram realizados 265 procedimentos ao longo de 12 meses, resultando em uma média mensal de 22 procedimentos. Já em 2025, com dados disponíveis até julho, foram registrados 241 procedimentos, o que corresponde a uma média mensal de 34, um aumento de mais de 56% em relação ao ano anterior.Esse crescimento expressivo na média mensal indica uma tendência clara de intensificação dos atendimentos, mesmo sem considerar os meses restantes do ano. Esses dados reforçam a necessidade de planejamento estratégico e fortalecimento da capacidade operacional, com foco na ampliação de recursos humanos, insumos e infraestrutura.