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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2305
Acesso de texto completo
ACOMETIMENTO NEOPLÁSICO E HEMORRÁGICO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL EM PACIENTE COM LLA PRÓ-B E REFRATARIEDADE PLAQUETÁRIA: UM DESAFIO TERAPÊUTICO
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CDPM Castillo, DH Catelli, MPB Malcon, J Martins, MR Gewehr, FM Carlotto, RA Frizzo, JP Portich, MP Pereira, D Barletta, CC Astigarraga
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A leucemia linfoblástica aguda (LLA) pró-B em adultos é uma neoplasia hematológica de evolução agressiva, caracterizada por proliferação clonal de linfoblastos e potencial infiltração do sistema nervoso central (SNC). A presença de blastos no líquor no diagnóstico demanda esquemas terapêuticos intensivos com quimioterapia sistêmica e intratecal. Complicações durante o tratamento das leucemias agudas, como hemorragias intracranianas e refratariedade plaquetária, representam desafios importantes para o manejo clínico.

Descrição do caso

Paciente de 50 anos, previamente diabética, internou com quadro de sintomas inespecíficos, presença de 75 mil leucócitos no sangue periférico e mielograma (11/12/24) com 90% de blastos. A avaliação diagnóstica demonstrou leucemia linfoblástica aguda pró-B, envolvimento do sistema nervoso central (6% de blastos no líquor ao diagnóstico), Ph e KMT2A não detectados no painel molecular, e cariótipo sem crescimento celular. Iniciado protocolo HyperCVAD com profilaxia intratecal. Após o bloco 1A, evoluiu com cefaleia intensa, no contexto de plaquetopenia severa, sendo evidenciado hematoma subdural bilateral por tomografia. A ressonância nuclear magnética de crânio, realizada após avaliação da neurocirurgia, evidenciou, além das coleções subdurais bilaterais heterogêneas com componente hemático recente e efeito de massa discreto, realce paquimeníngeo difuso supratentorial, irregular, com pequenos focos nodulares, e espessamento paquimeníngeo no clivus, sugestivos de disseminação neoplásica. De forma concomitante, teve o diagnóstico de refratariedade plaquetária de origem imune, dificultando o suporte transfusional. Após discussão multidisciplinar, foi tratada com radioterapia hemostática (200 cGy/6 sessões, totalizando 12 Gy, de 17 a 24/01/2025). A paciente evoluiu de forma satisfatória, com SNC negativo. Seguiu o tratamento oncológico com protocolo quimioterápico HyperCVAD, sem maiores intercorrências. Atualmente, encontra-se internada para realização de transplante de células tronco hematopoiéticas haploidêntico, e previsão de irradiação corporal total como parte do regime de condicionamento.

Conclusão

O caso evidencia uma paciente com diagnóstico de LLA B pró-B de alto risco, associado ao envolvimento inicial do SNC com comprometimento paquimeníngeo e evolução para hematoma subdural. O diagnóstico de refratariedade plaquetária de origem imune dificultou sobremaneira o suporte transfusional, tornando o caso um desafio terapêutico. Após discussão multidisciplinar envolvendo as equipes de hematologia, hemoterapia, radioterapia e neurocirurgia, a paciente foi tratada com radioterapia hemostática. Este procedimento erradicou a doença no SNC, controlou o sangramento, e permitiu uma evolução favorável até o momento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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