HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA leucemia mieloide aguda (LMA) e leucemia linfoblástica aguda (LLA), são neoplasias hematológicas de rápido curso que desafiam a oncologia devido à alta taxa de recaída e à resistência terapêutica. Tradicionalmente, o manejo dessas doenças envolve quimioterapia intensiva, transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) e, em alguns casos, radioterapia. No entanto, os avanços científicos proporcionaram novas perspectivas de tratamento, com destaque para a imunoterapia.
ObjetivosRealizar uma revisão dos principais avanços da imunoterapia na LMA e LLA, analisando métodos inovadores, resultados recentes de ensaios clínicos e desafios atuais, a partir de literatura científica atualizada.
Material e métodosFoi realizada uma revisão integrativa da literatura científica nas bases PubMed, ScienceDirect e Scielo, abrangendo artigos publicados entre 2021 e 2025. Foram utilizados descritores como “imunoterapia”, “leucemia aguda”, “células CAR-T”, “inibidores de checkpoint”, “anticorpos monoclonais”, “anticorpos biespecíficos” e “terapia celular”, com foco nos mecanismos de ação, resultados clínicos e perspectivas futuras dessas terapias.
Discussão e conclusãoOs avanços da imunoterapia têm transformado o tratamento das leucemias agudas, especialmente em pacientes refratários ou recidivados. Na LLA os resultados com células CAR-T anti-CD19, como tisagenlecleucel e brexucabtagene autoleucel, são especialmente expressivos, com taxas de remissão completa entre 70% e 80%, além de melhoria significativa na sobrevida global. O anticorpo biespecíficoblinatumomabe, ao conectar células T ao antígeno CD19 das células leucêmicas, tem elevado as taxas de resposta molecular e contribuído para eliminação da doença mínima residual (DRM) em grande parte dos pacientes. Na LMA estratégias com anticorpos monoclonais inovadores, como magrolimabe (anti-CD47), gemtuzumab ozogamicina (anti-CD33) e novos BiTEs, têm mostrado atividade clínica relevante, com aumento nas taxas de resposta mesmo em quadros avançados. As terapias celulares, incluindo CAR-T direcionadas a CD33 e CD123, estão em desenvolvimento e já apresentam indícios de eficácia, embora haja limitações relacionadas à toxicidade e ao escape tumoral. Inibidores de checkpoint imunológico, como nivolumabe e pembrolizumabe, vêm sendo empregados em combinação com quimioterapia ou pós-transplante, com redução de recaída e prolongamento do tempo livre de doença. Outras abordagens, como vacinas celulares e terapia com células NK, têm mostrado potencial na prevenção da recaída pós-transplante e na eliminação do DRM, embora necessitem de validação em estudos maiores. No geral, os resultados positivos incluem aumento das taxas de remissão, redução da DRMe tratamentos mais personalizados, embora desafios técnicos, imunológicos e econômicos ainda existam. A imunoterapia transformou o tratamento das leucemias agudas, oferecendo opções mais personalizadas e menos tóxicas para pacientes refratários ou com recidiva. Anticorpos monoclonais, BiTEs, inibidores de checkpoint e as células CAR-T têm mostrado eficácia significativa, ampliando as chances de cura e prolongando remissões. Ainda assim, desafios como toxicidades, resistência tumoral e altos custos ainda limitam o uso amplo dessas abordagens. O futuro da imunoterapia está no aprimoramento dos alvos moleculares, combinação de terapias e ampliação do acesso aos tratamentos.




