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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S495-S496 (Outubro 2021)
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Páginas S495-S496 (Outubro 2021)
ESTUDOS ACADÊMICOS
Open Access
AÇÃO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM ÚLCERAS DE PÉ DIABÉTICO
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1004
GM Neri, KC Leme, GG Bíscaro, MCR Parisi, N Duran, ACM Luzo
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Objetivos

Avaliar a ação cicatricial e imunomoduladora proporcionada pela aplicação de PRP na forma de gel em úlceras de pé de pacientes com diabetes tipo 2.

Material e método

O estudo é uma série de casos na qual foram selecionados três pacientes, maiores de 18 anos, portadores de diabetes mellitus tipo 2 e que apresentavam úlceras crônicas neuropáticas ou isquêmicas não responsivas aos tratamentos convencionais. Os participantes foram convocados semanalmente para coleta do sangue, seguido do preparo criterioso do PRP e aplicado o produto junto à troca do curativo. A cada aplicação, obteve-se registro do diâmetro das úlceras e grau de dor pela Escala Visual Analógica. Para o preparo do PRP, utilizou-se a técnica de dupla centrifugação, com rotação de 13 min – 100 g na primeira e 13 min - 400 g na segunda, sendo adicionado gluconato de cálcio e trombina autóloga para formação do gel e aplicação imediata do produto nas úlceras após lavagem com soro fisiológico.

Resultados

1 paciente: Úlcera crônica em região tibial há 11 meses. Foram realizadas 8 aplicações, com acompanhamento ambulatorial nas semanas seguintes. Dor inicial 10/10; dor 0/10 na terceira semana.  Diâmetro inicial da úlcera de 4cm; 2,5cm na semana 10; cicatrização completa na 17ªsemana. 2 Paciente: Úlcera crônica em hálux há 5 meses, 8 aplicações. Dor inicial 4/10; 0/10 na terceira semana. Diâmetro inicial de 1,7 cm, cicatrização completa em 10 semanas. 3 Paciente: Úlcera crônica em planta do pé há 2 anos. 8 aplicações. Dor inicial 2/10; 0/10 na terceira semana. Diâmetro inicial de 1,2cm; cicatrização completa em 8 semanas.

Discussão

O PRP é um produto sanguíneo autólogo composto por elevada quantidade de plaquetas que, quando ativadas, liberam citocinas e fatores de crescimento capazes de imunomodular a resposta inflamatória local. No diabetes, a fase inflamatória é prolongada devido ao estresse oxidativo da hiperglicemia que prejudica o processo cicatricial. Nesse estudo, foi utilizado um protocolo específico para o preparo do PRP e padronizadas a frequência e quantidade de aplicações, as quais divergem na literatura e limitam a comparação entre estudos e reprodução de resultados. Foi observado um processo regenerativo iniciado do interior da úlcera para a superfície, ao contrário da cicatrização por segunda intenção na qual há fibrose. Houve também reparo do tecido adjacente às lesões proporcionado pela neoangiogênese e estímulo a proliferação celular. Durante todo o acompanhamento, não houve aparecimento de processo infeccioso, possibilitando que os curativos se mantivessem ocluídos até a semana seguinte para a próxima aplicação. Nos três casos houve redução gradual da dor neuropatica, independente da intensidade, com a melhora total em duas semanas. A neuropatia diabética é uma das complicações mais comuns da doença, e o PRP foi capaz atuar de forma eficaz no manejo da dor por meio da imunomodulação de vias inflamatórias em células imunes e gliais.

Conclusão

O preparo normatizado do PRP e o controle rigoroso das aplicações propiciaram uma melhor análise dos resultados. A liberação dos fatores e moléculas bioativas dos grânulos alfa, que ocorre com a ativação do PRP, foi capaz de desencadear um reparo tecidual das lesões do pé diabético de um modo regenerativo em menor tempo se aos tratamentos convencionais. O PRP foi também efetivo na redução da dor. Sendo assim, o PRP possui um potencial adjuvante em novas terapêuticas no tratamento de úlceras de pé diabético.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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