HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) é um processo terapêutico altamente complexo, que exige acompanhamento contínuo, multiprofissional e humanizado ao longo de todas as suas etapas. A atuação da enfermeira navegadora representa uma estratégia essencial na transição do paciente entre a internação, a alta hospitalar e o cuidado ambulatorial, reforçando a segurança assistencial e a construção de vínculos duradouros com a equipe de saúde.
Descrição do casoEste relato de experiência descreve a visita da enfermeira navegadora no sexto dia após o TCTH, destacando seu papel estratégico na assistência humanizada, na transição do cuidado hospitalar para o ambulatorial e na prevenção de complicações clínicas. A intervenção ocorre em um momento crucial do pós-TCTH, caracterizado por vulnerabilidades físicas, emocionais e sociais. Na jornada do paciente submetido ao TCTH, a visita acontece após dois dias previamente organizados na linha de cuidado: o primeiro (D+4) destinado à avaliação e orientação das toxicidades agudas do regime de condicionamento e dos desconfortos associados à internação, como náuseas, mucosite, fadiga e manifestações dermatológicas, além da neutropenia e seus riscos infecciosos; e o segundo (D+5) voltado ao planejamento da alta hospitalar, com orientações sobre cuidados domiciliares, uso correto das medicações, vigilância de sinais clínicos e preparo emocional para o retorno ao ambiente familiar. No D+6, a enfermeira navegadora retoma esse processo com uma abordagem ampliada e sensível às necessidades individuais. Através de escuta ativa, avaliação clínica e diálogo com paciente e familiares, são verificadas questões técnicas – como dúvidas sobre prescrição, rotina de cuidados e sintomas emergentes – e aspectos subjetivos relacionados à ansiedade, insegurança, sobrecarga emocional e social. A profissional atua como elo entre os diversos membros da equipe multiprofissional, facilitando o ajuste de condutas, o encaminhamento de demandas específicas e o fortalecimento da relação terapêutica. Resultados observados com essa prática incluem melhoria na compreensão das orientações médicas, aumento da adesão ao tratamento, identificação precoce de intercorrências e maior empoderamento do paciente frente à sua recuperação. A visita também favorece a construção de vínculo, promove o sentimento de acolhimento e confiança, e reforça a corresponsabilidade entre paciente, equipe e família.
ConclusãoA visita estratégica da enfermeira navegadora no D+6 pós-TMO configura-se como um recurso assistencial potente na linha de cuidado do transplante. Ao integrar conhecimento técnico, sensibilidade relacional e compromisso ético, essa atuação oferece suporte clínico e emocional essencial para o paciente em um momento de fragilidade e reforça a comunicação como uma meta de segurança indispensável. Este relato de experiência reforça a importância da escuta qualificada e da continuidade do cuidado como pilares para uma assistência segura, efetiva e centrada na pessoa.




