O uso de sangue em serviços aeromédico envolvem diversos aspectos regulatórios que visam garantir a segurança e qualidade do hemocomponente a ser transfundido, desde o seu armazenamento, o transporte até a transfusão e pós transfusional. Em novembro de 2022, no município de Maringá, houve a implantação de um projeto-piloto de serviço transfusional pelo serviço aeromédico de resgate/SESA ‒ SAMU 192 o qual transfunde concentrado de hemácias do tipo O, Rh negativo, durante o atendimento extra-hospitalar por uma equipe de médicos e socorristas que realizam atendimentos de casos emergenciais com necessidade de remoção de vítimas em estado de choque hemorrágico classe III e IV, de etiologia clínica ou traumática em locais distantes onde o socorro terrestre demore a chegar. Na inspeção inicial realizada pelas Vigilâncias Sanitárias da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá e Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Paraná, ocorrida em agosto do mesmo ano a fim de verificar as boas práticas do ciclo do sangue e a liberação da Licença Sanitária foram avaliados os seguintes aspectos: 1) a estrutura física, devendo estar adequada ao serviço pretendido; 2) Armazenamento adequado em recipientes apropriados especialmente projetados para manter a integridade e as propriedades do produto com temperatura controlada e monitorada durante o transporte aeromédico. A qualificação da bolsa/caixa de transporte e validação do acondicionamento, conservação e transporte foram imprescindíveis, assim como, a definição do aprazamento para manutenção da viabilidade do hecomponente 3) Rastreabilidade, a fim de acompanhar o transporte do sangue desde a coleta até a entrega o que inclui registrar todas as informações do doador, responsáveis pelo transporte e , dados do receptor e seu acompanhamento até o Serviço Hospitalar de referência, determinado no projeto 4) Treinamento da equipe em que todos os profissionais envolvidos no transporte do sangue deveriam estar devidamente treinados sobre as diretrizes de segurança e boas práticas, incluindo conhecimento sobre a manipulação correta do sangue, procedimentos de transfusão, medidas de prevenção e gerenciamento de situações de emergência. 5) Cadastramento do Serviço no Novo SHT, Sistema Estadual para Controle e Regulação do Sangue no Paraná, para fins de registro e controle do sangue fornecido pelo serviço aos pacientes atendidos, assim como, alimentar o Sistema Notivisa com os dados referentes à transfusão. O projeto é uma parceria entre a SESA-PR, Hemocentro e Hospital da Universidade Estadual de Maringá, sendo este último a referência para todos os pacientes encaminhados atendidos pelo SAMU-Aéreo e que iniciaram o processo de transfusão. Para tanto, foram implantados os procedimentos transfusionais e treinados os profissionais, qualificando o serviço e proporcionando segurança aos usuários. No período de novembro de 2022, desde sua implantação, até o mês de junho de 2023 foram transfundidos 22 hemocomponentes e 13 pacientes atendidos.