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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S835 (October 2023)
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HEMO 2023
Pages S835 (October 2023)
MULTIDISCIPLINARCIÊNCIAS BIOMÉDICAS
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VALIDAÇÃO DO PROCESSO PRODUTIVO E ARMAZENAMENTO DE COLÍRIO DE SORO AUTÓLOGO PARA FINS TERAPÊUTICOS
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A Frizzo, AG Aguiari, SSA Martins, FB Pereira, MC Alves, BD Benites, SCR Alves
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivo

O colírio de soro autólogo (CSA) é considerado útil para a regeneração do epitélio celular da córnea danificada e seu uso foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina em 2017. A Anvisa, através da Nota Técnica 3/2018, estabeleceu diretrizes e determinou que a produção e armazenamento de CSA devem ser validados por cada centro produtor. Desta forma, o objetivo deste estudo foi estabelecer o tempo de repouso do sangue total coletado, a rotação e tempo de centrifugação adequados para produção de CSA, além de analisar a estabilidade de armazenamento a 4ºC por 28 dias e na faixa de −30°C a −15°C (congelador) por até 90 dias, estabelecendo critérios de aceitação de forma a garantir a segurança e qualidade do produto para uso clínico humano.

Materiais e métodos

Foram coletados 9 tubos de 8 mL BD Vacutainer®Seco com gel separador e sem anticoagulante de 10 doadores voluntários. Os tubos foram homogeneizados e mantidos em repouso na posição vertical por no mínimo 60 minutos para promoção da coagulação e, em seguida, centrifugados a 3.000 g por 15 minutos. Após, em capela de fluxo laminar, realizou-se a inspeção visual dos tubos e o soro foi cuidadosamente transferido para um tubo falcon estéril. Após homogeneização, retirou-se 5 mL para controles de qualidade (pH, controle microbiológico, dosagem de albumina, dosagem de hemoglobina extracelular e contagem de células residuais). O soro foi envasado e armazenado da seguinte maneira: 10 mL em frasco conta gotas estéril mantido à 4°C, sendo que diariamente foi dispensada uma gota do soro e nos dias 7, 14, 21 e 28 repetiu-se os controles microbiológicos e dosagem de albumina; 2 eppendorfs com 1 mL cada mantidos no congelador, sendo repetida a dosagem de albumina após 30 e 90 dias. Critérios de aceitação: i) físicos: retração do coágulo, separação visível das três camadas pós-centrifugação, soro límpido, sem precipitados e ausência de coloração avermelhada, ii) bioquímicos: hemoglobina extracelular ≤ 0,5 g/dL, leucócitos residuais: < 1,0 × 105/mL, hemácias residuais: < 5,0 × 106/mL, plaquetas residuais: < 50,0 × 106/mL, dosagem de albumina: ausência de diferença estatística na entre as amostras dependentes iii) microbiológicos: após o período de armazenamento, controle microbiológico negativo em 100% dos casos.

Resultados

A retração adequada do coágulo foi observada em todos os tubos. Após a centrifugação foi visível a separação do soro, sendo o volume médio obtido de 26 mL. 100% das amostras tiveram ausência de precipitados, hemólise e turbidez aparentes sendo a média da contagem de hemoglobina residual 0,01 g/dL, leucócitos 0,01 × 105/mL, hemácias 0,085 × 106/mL e plaquetas 5,43 × 106/mL. A média de albumina foi de 4,43 g/dL e do pH: 7,59. O controle microbiológico apresentou resultado negativo em 100% das amostras após o processamento e armazenamento. Não houve diferença significativa da concentração de albumina pós-armazenamento a 4°C bem como no congelador.

Discussão

O colírio de soro autólogo produzido e armazenado conforme o método descrito apresentou características dentro dos critérios de aceitação estipulados e estabilidade do produto pós-armazenamento a 4°C por 28 dias assim como no congelador por até 90 dias.

Conclusão

Os resultados encontrados demonstram qualidade satisfatória do produto obtido e segurança para uso clínico humano.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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