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Vol. 44. Issue S2.
Pages S136 (October 2022)
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USO INADEQUADO DE VENETOCLAX COMO CAUSA DE SÍNDROME DE LISE TUMORAL E EMERGÊNCIA DIALÍTICA EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA.
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IT Melo, AAMR Filho, ALF Pedrosa, LA Pereira, LSVB Melo, JPAS Netto, TTM Moura, MCA Silva
Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA), Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Descrever caso de síndrome de lise tumoral como complicação do uso irregular de venetoclax. Métodos: Trata-se de relato de caso, descritivo retrospectivo com pesquisa documental de dados de prontuário.

Resultados

Paciente, sexo masculino, 61 anos, pardo, com diagnóstico de leucemia linfocítica crônica (LLC) Binet C em primeira recaída após 2 anos de término de RFC, caracterizada por citopenias discretas, progressão de adenomegalias e perda ponderal significativa. Não apresentava deleção de TP53 e o status mutacional do IGVH era mutado. Foi indicado tratamento com associação de inibidor de BCL2 (Venetoclax) e Rituximab. Paciente foi internado em unidade hospitalar para instituição de profilaxia de lise tumoral conforme protocolo, porém, apesar de orientações em contrário, o mesmo fez uso de 01 comprimido de 100mg da medicação no dia da internação. Após 12 horas, paciente evoluiu com quadro de dor abdominal intensa de caráter em queimação mesogastrica e hipogastrica, associada à visão turva, sudorese, extremidades frias, hipotensão. O comparativo dos exames admissionais e pós evento, evidenciaram queda de hemoglobina de 11,25 g/dL para 9,51 g/dL, citorredução leucocitária de 39.500/mm3 para 17.900 mm3 e redução de plaquetas de 112.000 mm3 para 82.000 mm3. Acrescido a isto, paciente apresentou hipercalemia (8,5 mEq/L), hiperuricemia (16,9 mg/dL), hipocalcemia (7,4 mg/dL), hiperfosfatemia (7,5 mg/dL), lesão renal (Cr: 2,45 mg/dL e Ur: 97mg/dl), além de eletrocardiograma evidenciando onda T apiculada em todas as derivações, achado sugestivo de hipercalemia grave. Paciente foi encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva para realização de hemodiálise e após duas sessões apresentou melhora dos parâmetros laboratoriais e resolução dos sintomas.

Discussão

A SLT é uma complicação que resulta da rápida destruição de células malignas e liberação de componentes intracelulares na circulação sistêmica, culminando em alterações de metabólitos, função renal e de anormalidade eletrolíticas, achados encontrados no paciente relatado. É conhecida a associação do uso de venetoclax e SLT em pacientes com LLC. Estudos retrospectivo realizados fora do contexto de ensaios clínicos chegam a mostrar uma incidência de lise tumoral de até 13%, com até metade dos casos apresentando sintomas clínicos. No caso descrito, apesar de orientado a não iniciar medicação, paciente ainda fez uso de dose 5 vezes a preconizada para início de tratamento na LLC, culminado com SLT sintomática grave e necessidade de terapia de substituição renal.

Conclusão

Embora a SLT sintomática não seja uma complicação comum, é um evento com potencial catastrófico e facilmente evitável caso seja respeitado o escalonamento correto da dose do venetoclax em pacientes com LLC. Os médicos devem estar cientes da carga tumoral subjacente do paciente, do potencial proliferativo e das complicações severas com uso de doses não escalonadas no início do tratamento, a fim de instituir um processo educacional com instruções claras ao paciente sobre uso correto do venetoclax.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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