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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S600-S601 (October 2023)
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HEMO 2023
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USO DO BLINATUNOMABE PÓS-TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA NAS LEUCEMIAS LINFOIDES AGUDAS
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GM Queiroza, PCLR Limaa, TL Marquesa, VN Verasa, LB Limaa, GFN Bezerraa, ACM Dantasa, WCM Filhoa, RDA Soaresb, LA Corrêaa
a Hospital Infantil Varela Santiago, Natal, RN, Brasil
b Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, RN, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

A Leucemia Linfoide Aguda (LLA) é caracterizada por proliferação clonal e acúmulo de linfoblastos na Medula Óssea (MO) e sangue periférico. Após a remissão da doença, até 15% a 20% dos pacientes podem evoluir com recidivas de alto risco. Crianças que apresentam recidiva de alto risco são candidatas ao Transplante de Medula Óssea (TMO) após atingirem uma segunda remissão. O Blinatumomab (BNT) é uma molécula ativadora de células T com dois sítios específicos que promove a ligação simultânea ao CD3 expresso na superfície das células T e ao CD19 expresso na superfície das células B. Seu uso já se mostrou superior à quimioterapia convencional como consolidação pós-reindução pré-TMO, sendo indicado para pacientes com primeira recidiva de alto risco. O objetivo deste trabalho é descrever três casos de pacientes que utilizaram o BNT pós-TMO como consolidação.

Relato de caso

Paciente A, 7 anos, com histórico de LLA em setembro de 2017, realizado protocolo BFM, com recaída na manutenção. O tratamento foi modificado para R17. Foi indicado transplante de medula óssea. O status pré-TMO era de remissão morfológica com DRM indisponível. O condicionamento foi FLuBuMel, com Ciclofosfamida pós-TMO, utilizando doador não-aparentado. Apresentou DECH de intestino grau 2. A reavaliação de doença pós-TMO mostrou DRM positiva, motivando a utilização de blinatumomabe. Recebeu apenas um ciclo, com negativação da DRM. Atualmente está em remissão, dois anos após o TMO. Paciente B, 15 anos, histórico de LLA B de risco intermediário. Realizou o primeiro tratamento de março de 2013 a março de 2015, protocolo BFM 2002. Apresentou recaída tardia em dezembro de 2018 ‒ testicular e MO. Realizou protocolo ALL R17, seguido de TMO haplo em agosto de 2019. Pós-TMO, apresentou doença enxerto contra hospedeiro cutânea, sendo necessário uso de prednisolona. A reavaliação de doença demonstrou DRM positiva. Realizou consolidação com BNT, concluindo o segundo curso da medicação em dezembro de 2022. Está atualmente com DRM negativa, 03 anos após o TMO. Paciente C, 6-anos, com histórico de LLA diagnosticada em 2020, com recidiva em testículo e MO em julho de 2022. Realizou tratamento com BFM 2009 com término em março de 2022 e iniciou o protocolo Saint judes R17 em julho de 2022 (protocolo de recaída). DRM negativa após bloco B, sendo encaminhado para TMO. Utilizado protocolo FluBuMel, com doador haplo. Recebeu 01 DLI profilático, evoluindo com DECH aguda de pele. Foi disponibilizado o Blinatumomabe solicitado pré-TMO, e optado por seguir com 01 dose de consolidação em 13 de julho de 2023. Paciente segue sem intercorrências, recebendo blinatonumabe e internado em enfermaria.

Discussão

Os relatos de utilização de Blinatumomabe pós TMO ainda são escassos. No entanto, em localidades com difícil acesso a medicamentos de alto custo, a utilização deste medicamento em momento ideal, como ponte para TMO, pode ser difícil. Nos casos descritos, a principal indicação da utilização pós-TMO foi a disponibilidade do medicamento apenas nesse período. Ainda assim, houve uma boa resposta. Pacientes A e B se mantém em remissão de doença, DRM negativa. Paciente C, ainda está em fase de consolidação, não tendo apresentado efeitos adversos importantes.

Conclusão

O BNT já é uma medicação com bons resultados no seu uso pré-transplante. Este relato demonstra bons resultados e coloca como opção promissora de tratamento pós-TMO, usado como consolidação em pacientes com riscos de recaídas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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