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Vol. 42. Issue S2.
Pages 300-301 (November 2020)
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USO DE PLERIXAFOR EM DOADORES SAUDÁVEIS DE CÉLULAS-TRONCO HEMATOPOIÉTICAS COM FALHA PRIMÁRIA DE MOBILIZAÇÃO
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A.B. Godoi, G. Campos, J.S.H. Farias, M.E.B. Abreu, E.C. Munhoz
Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, PR, Brasil
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Objetivo: descrever dois casos de doadores saudáveis de células tronco hematopoiéticas (CTH) que apresentaram falha primária de mobilização e tiveram CTH de sangue periférico coletadas em quantidade satisfatória, após o uso de plerixafor. Métodos: as informações contidas nesse relato foram obtidas através de revisão de prontuário e revisão de literatura. Relatos de casos: Caso 1: Trata-se de doadora do sexo feminino, 65 anos, hipertensa, dislipidêmica e com história de infecção prévia por hepatite B. No D5 da mobilização com G-CSF 900 mcg a doadora apresentava < 10 células CD34/uL em sangue periférico. Recebeu plerixafor 0,24 mg/kg na noite do D5 e no dia seguinte apresentava 18,9 células CD34/uL. Foi submetida a coleta por aférese, resultando em um produto com 2,8 x 106/kg células CD34+. O receptor apresentou pega neutrofílica no D+18 e plaquetária no D+21. Caso 2: Trata-se de doador do sexo masculino, 54 anos, previamente hígido. No D5 também apresentou falha de mobilização, apresentando 1,6 células CD34/uL. Recebeu plerixafor 0,24 mg/kg na noite do D5 e no dia seguinte apresentava 18,8 células CD34/uL em sangue periférico. Foi submetido a coleta por aférese, resultando em um produto com 2,4 x 106/kg células CD34+. O receptor apresentou pega neutrofílica no D+17 e plaquetária no D+19. Discussão: Define-se falha de mobilização a contagem de células CD34+ inferior a 10 células/uL no sangue periférico ou rendimento de coleta inferior a 2 x 106/kg. Muitos fatores estão associados, como idade acima de 60 anos, estágio avançado da doença, contagem de plaquetas menor que 100 mil, maior número de linhas de tratamento quimioterápico e radioterapia anteriores. A indicação atual do plerixafor é restrita a pacientes que apresentaram falha de mobilização ou seu uso preemptivo em pacientes com alto risco para falha. O uso em doadores saudáveis é pouco descrito e restrito a ensaios clínicos. Plerixafor é um bloqueador reversível e específico do receptor de quimiocina das células tronco hematopoiéticas em seus nichos no estroma da medula óssea. A quebra desta ligação permite que as CTH migrem para a corrente sanguínea, onde poderão ser coletadas por aférese. Após essa “mobilização”, as células podem ser congeladas e estocadas até serem transplantadas. Recomenda-se a utilização da medicação de 6 a 11 horas antes do início de cada aférese após 4 dias de tratamento com G-CSF, na dose de 0,24 mg/kg de peso por dia, por via subcutânea. A droga foi estudada em oito doadores familiares saudáveis, que não alcançaram 50% da contagem de células CD34+ pretendida com a primeira coleta. O uso do plerixafor resultou na triplicação do número de células CD34+ coletadas no dia subsequente, com apenas reações adversas leves. Enxertia e incidência de doença do enxerto contra hospedeiro foram semelhantes a doadores mobilizados somente com G-CSF. No cenário de doadores haploidênticos, no qual um alto número de células CD34+ é importante para o sucesso do procedimento, o plerixafor associado ao G-CSF foi utilizado em seis doadores e com obtenção de um número de células CD34+ adequado. Outro ensaio clínico aberto e randomizado, conduzido em 2012, estabeleceu segurança no uso de plerixafor em alta dose para mobilização celular em doadores saudáveis. Conclusão: Apesar da escassez de dados do uso do plerixafor em doadores saudáveis, trata-se de uma ferramenta útil no cenário de falha primária de mobilização, assegurando um número de células CD34+ adequado para enxertia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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