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Vol. 44. Issue S2.
Pages S117-S118 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S117-S118 (October 2022)
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TUMOR COMPOSTO COM ADENOCARCINOMA DE RETO E LINFOMA NÃO HODGKIN: RELATO DE CASO
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AA Hofmann, VR Siqueira, CK Weber, CE Wiggers, ET Calvache, RS Ferrrelli, T Callai, EW Corrêa, VB Santana, AA Paz
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Relatar um caso muito raro de tumor composto com adenocarcinoma de reto e linfoma não Hodgkin, assim como descrever os aspectos patológicos e a conduta terapêutica.

Caso clínico

Paciente sexo feminino, 72 anos com histórico de adenocarcinoma de cólon em abril de 2018, foi submetida a hemicolectomia esquerda curativa. Em janeiro de 2022, paciente estava assintomática e realizou colonscopia de rotina, verificado lesão com 3 cm de diâmetro metacrônica à 8 cm da margem anal, biópsia compatível com adenocarcinoma no mínimo intramucoso ulcerado, realizado ressonância de pelve que demonstrou espessamento parietal na parede postero-lateral direita do reto, sem sinais de extensão extramural, ou linfoadenomegalias. Em março de 2022, após tentativa de ressecção transanal, foram realizadas novas biópsias da lesão vegetante o laudo, porém, revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado com presença de proliferação celular atípica em um dos fragmentos, imunohistoquímica compatível com linfoma difuso de grandes células B, subtipo ABC associado a adenocarcinoma invasivo (tumor composite). Realizou exames de estadiamento com PET captando somente no reto, sem outras alterações. Conforme discutido em equipe paciente ressecou lesão em julho de 2022 confirmando estadiamento T1N0M0 e irá iniciar quimioterapia com R-CHOP para tratamento do linfoma.

Discussão

Embora o adenocarcinoma intestinal e o Linfoma difuso sejam isoladamente neoplasias comuns, as lesões compostas por esses dois tipos de tumores são extremamente raras, com apenas alguns casos documentados na literatura. Além disso, os próprios linfomas que envolvem o cólon e o reto também são raros, representando apenas 0,2-1,2% de todas essas malignidades. Um tumor de colisão é a coexistência de duas neoplasias malignas histologicamente diferentes, mas que se encontram no mesmo órgão sem uma área celular intermediária. Embora a formação desses tumores não seja bem compreendida, as teorias explicam sua ocorrência da seguinte forma: (1) proliferação simultânea de duas linhagens celulares diferentes, (2) origem comum de uma célula-tronco cancerosa pluripotente e (3) aposição casual de dois tumores não relacionados. Nomeiam-se esses tumores com base nas teorias acima indicadas como (1) tumor de colisão, (2) de combinação e (3) de composição. O diagnóstico é geralmente incidental por meio de genética molecular pós-operatória e análises imuno-histoquímicas, devido ausência de características clínicas e radiológicas sugestivas, destacando assim a importância dessas técnicas na identificação destes tumores. No tratamento dos tumores compostos (câncer colorretal e linfoma maligno), a estratégia clínica envolve ressecção cirúrgica, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação destes. A ordem do tratamento pode ser fonte de debate, pois não foi estabelecido qual tumor deve ser tratado primeiro. O manejo baseado em evidências de acordo com os resultados a longo prazo não está bem definido devido à raridade destes tumores. O protocolo de tratamento deve ser indicado individualmente, conforme os achados pré-operatórios, estadiamento, avaliação e diferença clínica dos tumores envolvidos. No paciente acima relatado foi optado por primeiramente ressecar a lesão por ser localizada e posteriormente prosseguir com quimioterapia para tratamento do linfoma.

Conclusão

A coexistência histológica de linfoma não hodgkin e adenocarcinoma, em uma mesma lesão de reto é um evento muito raro e de difícil diagnóstico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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