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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S284-S285 (October 2023)
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TRATAMENTO EPIGENÉTICO ONCO-HEMATOLÓGICO: UMA REVISÃO DE LITERATURA COM FOCO NA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
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MJAME Paiva
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução/Objetivo

Nos últimos anos, distúrbios epigenéticos foram reconhecidos como marcas da carcinogênese, essa relação, junto a descoberta de compostos que atuam nas enzimas responsáveis pela manutenção de mecanismos epigenéticos, como a metilação de DNA, tornou a epigenética uma área de interesse no tratamento onco-hematológico. Essa opção terapêutica obteve impacto como monoterapia e como terapia combinada na abordagem de neoplasias hematogênicas, como a Leucemia Mieloide Aguda (AML). O objetivo do estudo é analisar o panorama do uso de drogas epigenéticas aprovadas no tratamento do câncer hematológico com foco na AML. Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de dados PUBMED e BVS. Alguns dos descritores utilizados foram “Inibidores de HDAC”, ”Azacitidina”, ”Epigenética” e “Leucemia mieloide aguda”. Após a busca foram selecionados para leitura apenas artigos em inglês, dentre eles estudos clínicos de fase 2 e 3 e revisões abordando os subtipos de drogas epigenéticas aplicadas ao câncer hematológico. Foram analisados 4 Revisões e 4 estudos clínicos. Resultado: Azacitidina e decitabina foram as primeiras drogas epigenética aprovadas pela FDA para o tratamento de AML e Síndrome Mielodisplásica. Ambas, em baixas doses, agem inibindo a DNMT1, enzima responsável pela manutenção da metilação do DNA. A resposta anticâncer dos inibidores da DNMT (DNMTi), como monoterapia, apresentou boa resposta no tratamento hematológico, contudo essa classe de drogas apresenta resposta mais efetiva quando combinada com outros tratamentos. Estudos clínicos de fase 2 e 3 demonstraram resultados promissores no tratamento de AML recém diagnosticada a partir da terapia combinada, dentre eles pode-se incluir combinação de azacitidina com venetoclax (NCT02203773), com CR/CRi=66.4% e combinação de azacitidina com sorafenib (NCT01254890), que apresentou CR/CRi=43%. Outro grupo de drogas aprovados pela FDA são os Inibidores da histona desacetilase (HDACi), essa classe apesar de apresentar sucesso no tratamento de linfomas, não apresentou respostas efetivas no tratamento da AML.

Discussão

Os DNMTi atuam por meio da hipometilação do DNA, teorias defendem que sua ação promove “downregulation” de oncogenes e eleva a resposta do sistema imune, o que justifica sua ação antineoplásica em tumores hematológicos, sobretudo na AML. Os resultados que chamam atenção nessa classe de drogas é sua combinação com outras terapias anticâncer, estudos demonstram que os DNMTi promovem “upregulation”de alvos farmacológicos, aumentando o impacto da terapia padrão. Esse mecanismo tem sido muito usado em estudos para o tratamento da AML, um exemplo recente é a combinação de azacitidina com venetoclax (inibidor de BCL2) em estudo de fase 3. Quanto aos HDACi, acredita-se que sua ineficácia no tratamento da AML se deve a sua baixa especificidade e mais estudos devem ser realizados para o desenvolvimento de inibidores dessa classe.

Conclusão

A eficácia de medicamentos epigenéticos como azacitidina e decitabina apresentam um avanço na onco-hematologia devido sua ação potencial com outras terapias anticâncer. DNMTi são as principais classes de drogas aprovadas pela FDA para tratamento de AML e já demonstram resultados surpreendentes em estudos clínicos de terapia combinada. Esses resultados abrem portas para reprogramação epigenética no tratamento do câncer hematológico.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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