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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S411 (October 2023)
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HEMO 2023
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SEGUNDO TRANSPLANTE AUTÓLOGO APÓS RECIDIVA TARDIA DE MIELOMA MÚLTIPLO E NOVA REMISSÃO COM BORTEZOMIBE, TALIDOMIDA E DEXAMETASONA (VTD). ALTERNATIVA PARA TRATAMENTO NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)
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A Bernardes, JRAT Silva, GF Sanches, LM Capóssoli, CF Medeiros, JC Penteado, LS Goes, GMM Pascoal, MG Cliquet
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

O mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia maligna de plasmócitos com produção excessiva de proteína monoclonal na maioria dos casos. Corresponde a 1% das neoplasias malignas e 10 a 15% das neoplasias hematológicas. No Brasil, há cerca de 2600 novos casos anualmente, (2013 a 2019), com incidência de 1,24 casos a cada 100 mil habitantes. Os fatores de risco do MM incluem: idade avançada, com idade média de diagnóstico aos 70 anos; sexo masculino; etnia afrodescendente; e história familiar de MM em parentes de primeiro grau. O diagnóstico se dá pela detecção da proteína-M no plasma ou na urina, pela infiltração plasmocitária > 10% na medula óssea e pelo acometimento sistêmico, caracterizado pela síndrome CRAB – hipercalcemia, insuficiência renal, anemia e lesões osteolíticas. Para o tratamento existem diversas drogas utilizadas em associação como a Ciclofosfamida, Talidomida e Dexametasona (CTD) até recentemente a melhor opção disponível no SUS. No âmbito da Saúde complementar novas drogas e novas combinações mostram resultados superiores ao CTD. Todos os tratamentos devem ser seguidos de transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TACTH) em pacientes elegíveis. Recentemente se tornou disponível no SUS o uso do inibidor de proteasoma, o Bortezomibe (V), sendo então utilizado o esquema VTD, superior ao CTD. As remissões são quase que sempre seguidas de recidivas após um período de alguns anos e novos esquemas devem ser utilizados para que se consiga novas respostas.

Relato do caso

Relatamos o caso de um paciente do SUS, homem, 66 anos, tratado com CTD (2017) seguido de TACTH (2018) que apresentou recidiva em 2022. Ao diagnóstico história de pneumonias de repetição, dor lombar e emagrecimento importante. Exames com anemia (Hb = 9,2 g/dL e Ht = 28,6%), hipergamaglobulinemia (5,60 g/dL), alteração da função renal e albumina de 3,23 g/dL, além de plasmocitose na medula óssea. ISS III. Iniciado tratamento com CTD com resposta parcial muito boa (RPMB) após 6 ciclos, seguido de TACTH em 2018 com remissão completa (beta-2 microglobulina = 1,56 mg/L, Hb = 15,5 g/dL, albumina = 4,06 g/dL, ausência de pico monoclonal em gama), com manutenção com meio comprimido de talidomida por dia, por 2 anos. Em 2022 apresentou progressão da doença sendo iniciado novamente CTD (1 ciclo) e mais 7 ciclos com Bortezomibe (VTD) então disponível no SUS. Nova RPMB e novo TACTH em março de 2023 com nova remissão completa.

Discussão

O medicamento Bortezomibe permitiu uma nova resposta e por considerarmos que uma nova recidiva acontecerá e que no SUS não teremos novas drogas tão cedo, optamos pela tentativa de aprofundar a resposta com um segundo transplante e com isso possivelmente prolongar a remissão. Os resultados de um novo TACTH são favoráveis, em geral, em recidivas tardias (>3 anos) como no caso em questão.

Conclusão

Aproximadamente 90% dos pacientes com MM são tratados pelo SUS, e o tratamento realizado é uma opção para maior duração da remissão e consequentemente maior sobrevida, ganhando tempo até que novas drogas estejam disponíveis neste âmbito.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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