Demonstrar aspectos clínicos, radiológicos e histopatológicos de um subtipo de linfoma indolente raro. Mulher de 68 anos fazia acompanhamento com a dermatologia do HCRP por um carcinoma basocelular retirado em 2019. Retorna ao ambulatório com uma tumoração em ombro esquerdo de cor violácea e crescimento progressivo em um ano. Massa tumoral iniciou crescimento no ano de 2021, com aumento progressivo e alteração de coloração local, além do aparecimento de lesões satélites em braço direito e região dorsal. Lesão não pruriginosa, sangrante ou dolorosa, mas limitando movimentação de ombro esquerdo. Não apresentava febre, sudorese noturna ou perda de peso. Não havia alterações gastrointestinais ou urinárias. O histórico pregresso da paciente era de hipertensão arterial, insônia, neoplasia de colouterino com tratamento local com braquiterapia e CEC com retirada cirúrgica. Utilizava losartana, imipramina e clonazepam. Havia realizado uma cirurgia de Sling em 2018. Não tinha histórico familiar de neoplasias. Ao exame físico não havia alterações significativas cardiovasculares, respiratórias, abdominais. Não havia sinais de emagrecimento. A massa era de aspecto violáceo em ombro esquerdo com cerca de 10 × 7 cm, edemaciada, quente com telangectasias. Pequenas nodulações com 2 × 2 cm, não aderidas, macias, móveis em braço direito e região dorsal infraescapular. Não foram observadas alterações em hemograma ou outros exames laboratoriais gerais, exceto discreto aumento em LDH 273U/L (120-240 U/L). À ressonância magnética, massa infiltrativa com aspecto de partes moles, 13 × 10 × 5.6cm com extensão intramuscular no deltoide associado à outras lesões e linfonodopatia local. À biópsia foi identificado neoplasia com linfócitos pequenos, em padrão difuso com estudo imunohistoquímico positivo para CD20 com KI67 em 15% das células. Negativo para CD3, CD5, Ciclina d1, CD23, CD10 e BCL 6. Lesão compatível com linfoma de zona marginal cutâneo limitado. Optado por realizar tratamento local com radioterapia na maior lesão e manter conduta expectante nas demais. Indicado dose de 3000GY em 15 sessões.
DiscussãoO caso exemplifica um diagnostico raro, difícil com necessidade de acompanhamento em um serviço com ampla experiência em Hematopatologia com tratamento direcionado para controle de sintomas e diminuição de carga neoplásica.
ConclusãoNeoplasias hematológicas têm uma ampla apresentação clínica laboratorial, com diferentes subtipos com tratamentos variando desde quimioterapias de alta intensidade até condutas expectantes. Demonstramos um caso raro de uma neoplasia indolente com necessidade de tratamento local para controle de sintomas.
