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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S128 (October 2023)
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HEMO 2023
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RELATO DE CASO: SÍNDROME DRESS POR USO DE FENOBARBITAL
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AC Moura, SS Santos
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

A síndrome DRESS (do inglês drug reaction with eosinofilia and systemic symptoms) é uma reação medicamentosa que tem uma ampla manifestação clínica, que engloba erupção cutânea com comprometimento sistêmico que pode levar à disfunção de órgãos.

Objetivos

Mostrar como ocorre a evolução dessa doença, incluindo a importância do diagnóstico precoce e o tratamento de suporte.

Métodos

Esse estudo é um relato de caso e tem caráter observacional do tipo descritivo.

Descrição do caso

Paciente de 70 anos, sexo masculino, portador de epilepsia. Refere troca de medicamento recente (21 dias), de fenitoína para fenobarbital, o qual foi prescrito pelo médico neurologista devido a um episódio de crise epiléptica na vigência do fármaco anterior. Deu entrada na unidade de pronto atendimento com exantema há 10 dias, com pápulas hiperemiadas em tronco, membros superiores e face, além de prurido intenso e febre alta relatada. Foi encaminhado para o hospital de referência da cidade pois iniciou quadro de dispneia, hipotensão e edema em membros superiores e inferiores. Foram solicitados exames laboratoriais com leucocitose (25.270 mm3), segmentados (19.205 mm3), eosinófilos de 140, ureia 140, creatinina 2,60 e potássio 5,4. Suspeitou-se de Síndrome Dress e foi prescrito prednisona 40 mg 8/8hrs, vigilância da função renal e controle do edema, com suspensão do fenobarbital. No dia seguinte evoluiu com aparecimento de lesões bolhosas difusas e lesões descamativas em tronco e membros, com surgimento de úlcera superficial em lábio inferior, além de prurido ocular. Sem pico febril. Repetidos os exames com leucócitos em queda (15400 mm3), eosinofilia de 6170, bilirrubina total de 0,5, TGO 112, FA 477, GGT 439, creatinina 2,21, ureia 114, potássio 6,0, sódio 136 e proteinúria positiva. Foi prescrito ivermectina em dose única, solicitou-se ECG com correção de hipercalemia com solução polarizante e furosemida, além da vigilância de função renal e hepática. Mantida a dose de corticoide e iniciado levetiracetam 500 mg sendo comprimido de 12/12hrs. Foram pedidos também FAN, FR, e sorologias com resultados negativos para VDRL, HBSAg, ANTI HCV e HIV. Foi dada alta para o paciente após 12 dias da internação, na qual houve resolução completa das lesões de pele e do eritema. Apresentava apenas lesões hipocrômicas em toda mucosa jugal e língua. Exames com leucócitos de 3700/mm3, FA 350, GGT 370, creatinina de 1,34, sódio 131, potássio 4,8, PCR 49, TGP 142 e TGO 34, BT 0,6. Foi mantido levetiracetam. Dose de corticoide mantida e orientada hidratação oral em casa.

Discussão

A suspeita da síndrome e o suporte ao paciente foram cruciais no prognóstico do caso, pois mesmo com a suspensão do fenobarbital ainda surgiram intercorrências hematológicas e dermatológicas que precisaram de rápida intervenção.

Conclusões

Reconhecer imediatamente o conjunto de manifestações e interromper o uso do medicamento desencadeante dessa síndrome é essencial, pois diminui a taxa de mortalidade e complicações como foi demonstrado no caso relatado. É necessário que os profissionais de saúde estejam atentos ao diagnóstico precoce dessa condição e à suspensão imediata do medicamento causador, pois isso melhora significativamente os resultados, além do suporte em nível hospitalar.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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