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Vol. 44. Issue S2.
Pages S417-S418 (October 2022)
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RELATO DE CASO: AHAI DESAFIOS NA ROTINA DE IMUNOHEMATOLOGIA
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C Zanella, M Lemos, T Valentino, CS Oliveira
AC Camargo Cancer Center, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A Anemia Hemolítica Autoimune (AHAI) é caracterizada pela dimunuição na sobrevida das hemácias, devido a hemólise mediada por anticorpos. O processo ocorre por ligação de anticorpos a antígenos eritrocitários com subsequente ativação do sistema complemento e retículo endotelial.

Objetivo

Relatar os desafios na rotina de imunohematologia em atendimento de pacientes com AHAI recém transfundidos sem screening do momento zero e história transfusional anterior.

Metodologia

J.G.A, 69 anos, queixa de adinamia e icterícia. Após investigação laboratorial, hemograma com Hb (hemoglobina) 3,5 g/dl e (hematócrito) Ht 10%, leucócitos 25.000 /mm3 . As provas de hemólise apresentaram-se alteradas, bilirrubina indireta: 3,76mg/dl, desidrogenase láctica 1.243 U/L. Perfil renal ligeiramente alterado com uréia 56 mg/dl e creatinina em valores normais, 1,20 ml/dl. No laboratório de imunohematologia, amostra do paciente apresentou reatividade em todas as hemácias comerciais e células líquidas, coombs direto e autocontrole nas metodologias tubo e gel Liss/Nacl (4+). Na rotina acessória de técnicas complementares, apresentou reatividade em todas as células do painel com amostra de soro puro e Eluato após Eluição ácida. Problema: Paciente com transfusão de hemácias recente (12 dias) em outro serviço, com pesquisas imunohematológicas prejudicadas pela presença de hemácia circulante da bolsa, presença de autoanticorpo/aloanticorpos e ativação do sistema complemento. Acionamos o hemocentro responsável pela transfusão anterior, na tentativa de adquirir alguma informação pré-transfusão que pudesse direcionar a rotina de testes imunohematológicos, não obtivemos sucesso. Realizamos rotina de fenotipagem eritrocitária Rh+Kell à partir dos neócitos, e identificamos uma fenotipagem eritrocitária prejudicada, sugerindo perfil de R1R1 K-. Realizamos adsorção com 3 hemácias diferentes para cobrir todos os principais antígenos de importância clínica que a paciente pudesse ter sensibilizado em transfusão anterior. Nas 3 adsorções com células líquidas R1R1, independente da fenotipagem estendida, todas as Eluições apresentaram reatividade nas hemácias de triagem e painel completo, e o soro após as 6 adsorções apresentaram reatividade de 2+ apenas nas hemácias com fenótipo e+, evidenciando a presença de autoanticorpo anti-e, que não foi completamante exaurido mesmo após a exaustão da amostra. Novo painel de hemácias selecionadas foi realizado (painel de e), para excluir a presença de outros anticorpos na amostra. Paciente apresentou auto IgG inespecífico, associado a auto anti-e. Recebeu 2 unidades de concentrado de hemácias R1R1, K-, Jka-, S-, com hemoglobina pós-transfusão de 5,1 g/dl. Paciente foi orientado a respeito da complexidade das técnicas necessárias para liberação de transfusão de hemácias e recebeu laudo com conduta transfusional, caso necessite transfundir em outra instituição.

Conclusão

Pacientes com AHAI apresentam um desafio para o laboratório de imunohematologia, possuir a história clínica e conhecer o perfil fenotípico do paciente fornece clareza na investigação de aloimunizações, direciona o fenótipo de hemácias a serem compatibilizadas e reduz tempo na liberação de transfusões.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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