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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S629-S630 (October 2023)
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HEMO 2023
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REFLEXO DA PROFILAXIA COM IMUNOGLOBULINA ANTI-D NO PERFIL DE ALOIMUNIZAÇÃO ERITROCITÁRIA DE DOADORAS DE SANGUE RHD NEGATIVAS NO HEMOCENTRO DE RIBEIRÃO PRETO
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RS Oliezer, APRD Zanelli, FLS Santos
Hemocentro de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

Os Anticorpos (Acs) irregulares são Acs não ABO produzidos após estímulo por transfusão de sangue, gestação ou transplantes. Em doadores de sangue, a Pesquisa de Acs Irregulares (PAI) é realizada com a finalidade de prevenir reação hemolítica com a transfusão de produtos plasmáticos contendo esses Acs em receptores que possuem os respectivos antígenos. A prevalência de aloimunização depende da população estudada, sendo mais baixa em doadores de sangue, indivíduos saudáveis, que em pacientes. As especificidades de Acs mais frequentes pertencem ao sistema Rh, devido a alta imunogenicidade de seus antígenos. O RhD (RH1) é o antígeno de grupo mais imunogênico e, por este motivo, indivíduos RhD negativos expostos ao antígeno D com frequência desenvolvem anti-D. No final da década de 60, o desenvolvimento da imunoglobulina anti-D e seu uso na profilaxia da aloimunização de gestantes RhD negativas teve grande impacto na redução da prevalência de anti-D na população feminina. Nosso objetivo foi avaliar o perfil de aloimunização eritrocitária, as especificidades de Acs encontrados e a prevalência de anti-D de acordo com a faixa etária em doadoras de sangue do Hemocentro de Ribeirão Preto.

Material e métodos

Trata-se de estudo retrospectivo, cujos dados foram coletados do sistema SBS.

Resultados

Foram analisados os resultados de pesquisa de Acs de 188.114 doadores. As doações foram realizadas entre julho de 2021 e julho de 2023. Do total de doadores no período, 615 apresentaram PAI positiva (0,3%), sendo 229 doadores do sexo masculino (37,2%) e 386 do sexo feminino (62,8%). Os principais Acs encontrados em doadoras foram anti-D (36%), anti-M 13% , anti-C (12%), anti-E (12%), anti-Dia (5%) e outros menos frequentes (22%). A seguir, a prevalência de anti-D foi analisada por faixa etária. O anti-D foi identificado em 12,5% das doadoras de 18 a 30 anos, em 23% das doadoras de 31 a 40 anos, em 38,6% das doadoras de 41 a 50 anos e em 50,8% das doadoras com mais de 50 anos (p<0,05; Qui-Quadrado (χ²); MiniTab Statistical Software®). Doadoras de 18 a 30 anos apresentaram mais Anti-M (54,1%) que Anti-D, diferente das outras faixas etárias.

Discussão

A frequência de aloimunização na população estudada é compatível com o descrito na literatura. As mulheres são mais aloimunizadas que os homens, o que era esperado devido às gestações. Os Acs do sistema Rh foram os mais frequentes em mulheres, provavelmente devido a sua alta imunogenicidade. O anti-Dia aparece entre os principais Acs encontrados em doadores, diferentemente de outras populações, o que está relacionado à maior prevalência do antígeno na população brasileira. O anti-D foi o Ac mais frequente em doadoras e sua prevalência aumentou com a faixa etária. Mulheres jovens ainda são sensibilizadas por anti-D, o que pode estar relacionado, entre outras coisas, à falha na profilaxia com anti-D, ao pré-natal inadequado e hemorragia feto-materna subestimada.

Conclusão

A taxa de aloimunização em doadores é baixa, porém é maior em mulheres que em homens. Pode-se observar uma redução gradativa da prevalência do anticorpo anti-D na população feminina, o que reflete o impacto da profilaxia pós-parto com imunoglobulina anti-D iniciado no final da década de 60.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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