Journal Information
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S248-S249 (October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S248-S249 (October 2023)
Full text access
RECLASSIFICAÇÃO DA LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA DE ACORDO COM A CÉLULA DE ORIGEM FENOTIPICAMENTE DEFINIDA
Visits
225
RCB Macedoa,b, CAB Garciaa,b, MIA Madeiraa, AFO Costac, LO Marania,b, PS Scheuchera, J Schiavinatoa, K Pagnanod, BK Linod, F Kerbaurye, E Nunesf, ABF Glóriag, EM Regoh, F Trainaa,b, LL Figueired-Pontesa,b
a Divisão de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
b Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
c Division of Hematology and Oncology, Department of Medicine, UAB Comprehensive Cancer Center, University of Alabama at Birmingham, Birmingham, Estados Unidos
d Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
e Divisão de Hematologia, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
f Divisão de Hematologia, Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
g Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
h Divisão de Hematologia e Hemoterapia, Departamento de Clínica Médica, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, SP, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

More info

A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) se origina de anormalidades genéticas ao nível das células-tronco hematopoéticas (CTH), que adquirem propriedades de células-tronco leucêmicas (CTL) com capacidade aumentada de sobrevivência e bloqueio de maturação. Hipotetizamos que a parada de maturação leucêmica por meio de definição fenotípica das células de origem possa acrescentar informações importantes sobre a biologia da LMA e contribuir para a predição de desfechos. Assim, analisamos retrospectivamente em coorte brasileira de pacientes com LMA o perfil fenotípico de maturação de blastos leucêmicos e sua associação com achados clássicos de morfologia, risco genético e informações clínicas. Foram incluídos dados de imunofenotipagem de 359 indivíduos com LMA encaminhados para o estudo ICAML2015, entre 18 e 70 anos, acompanhados durante oito anos, exceto os casos de Leucemia Promielocítica Aguda (LPA) que só foram incluídos após 2020. A expressão de CD34, CD117, CD13, CD33, CD38, (c)MPO e HLA-DR foi avaliada para a categorização nos subtipos HSC: Hematopoietic stem cell; MPP: Multipotent progenitors; CMP: Common myeloid progenitors; GMP: Granulocyte-monocyte progenitors; MP: Monocyte progenitors; GP: Granulocyte progenitors. LMAs tipo HSC foram definidas por CD34+, CD117−/+, HLA-DR+, CD13/33, MPO. A expressão de CD13 e 33 definiu o subtipo MPP. A expressão de cMPO entre 10-70% definiu o subtipo CMP e > 70% GMP. Os subtipos MP/GP foram diferenciados pela expressão de HLA-DR no subtipo GP. A reclassificação dos casos demonstrou a seguinte distribuição: HSC (n = 31, 8.64%); MPP (n = 77, 21.45%); CMP (n = 37, 10.31%); GMP (n = 75, 20.89%); MP (n = 50, 13.93%); GP (n = 89, 24.79%). De acordo com a estratificação de risco da European-Leukemia Net 2017, dentre os subtipos HSC, MPP, CMP e GMP predominaram o risco favorável, seguidos de intermediário e adverso. Nos subtipos MP e GP, o risco intermediário foi mais prevalente em relação ao favorável e adverso. A correlação com a classificação morfológica demonstrou que LMA sem maturação, com maturação, mielomonocítica e monocítica se distribuíram de forma equivalente nos subtipos MPP, CMP, GMP, MP e GP; no subtipo HSC não se encontrou leucemia monocítica ou promielocítica, sendo esta caracteristicamente do tipo GP e raramente GMP. Para 325 pacientes, os dados dos genes NPM1, FLT3 -ITD, BAALC, EVI1 e CEBPA estavam disponíveis, sendo encontrada com maior frequência a mutação FLT3 -ITD no subtipo MPP (26/325) e NPM1 em GP (44/325). Em algum ponto de seu seguimento 57/359 pacientes recaíram, representando nos subtipos: HSC (5/31, 16%), MPP (15/77, 19%), CMP (6/37, 16%), GMP (16/75, 21%), MP (6/50, 12%) e GP (9/89, 10%). A sobrevida global foi avaliada em 309/359 pacientes, tendo-se observado maior taxa para o subtipo GP (66%) e menor para CMP (11%) aos 24 meses de seguimento (p = 0.03). Os achados apontam que as correlações entre o estado de parada de maturação da LMA e dados clínicos de estratificação de risco e sobrevida merecem atenção e melhor exploração. É possível que a combinação dos dados genéticos com a classificação imunofenotípica de origem leucêmica seja útil para aferir prognóstico na LMA, pois é plausível que as leucemias mais maduras tenham um microambiente inflamatorio exuberante, capaz de modificar a imunidade antitumoral e contribuir para os desfechos diversos.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools