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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S637-S638 (October 2023)
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REAÇÃO HEMOLÍTICA AGUDA APÓS TRANSFUSÃO DE MÚLTIPLAS PLAQUETAS RANDÔMICAS NÃO ISOGRUPO: RELATO DE CASO
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F Akil, JSF Canzian, GSF Grillo, LCRM Silva
Grupo GSH, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

A reação hemolítica após transfusão de hemocomponentes contendo plasma com altos títulos de anticorpos anti-A/anti-B é descrita na literatura. Esse tipo de ocorrência parece ser mais frequente em pacientes com doenças malignas, possivelmente pela característica de múltiplas transfusões plaquetárias, com incidência estimada de 1 a cada 2000 a 9000 transfusões. A maioria ocorre após transfusão de sangue total ou plaquetas e, geralmente são casos de hemólise mais leves, sendo raros os fatais. Embora não exista um consenso, títulos de anti-A e anti-B menores que 100‒200 (IgM) e 250‒400 (IgG) parecem ser seguros para a transfusão de hemácias e plaquetas do Grupo Sanguíneo (GS) “O” em receptores não “O”.

Objetivo

Relatar caso de hemólise aguda após transfusão de Concentrado de Hemácias (CH) e múltiplas plaquetas (CP) do grupo “O”.

Caso

Paciente, 37 anos, sexo masculino, GS “A”com leucemia mielóide crônica desde os 14 anos politratada. Apresentou em 11/2022 evolução da doença com crise blástica, sendo iniciada quimioterapia. Durante a internação necessitou de suporte transfusional com múltiplas transfusões de CH e CP. Em 20/11/2022 contabilizava a transfusão de 5 CH e 89 CP randômicas isogrupo e não isogrupo, sendo todos filtrados. Foi então solicitada transfusão de CP e CH devido quadro clínico. Recebeu 7 CP GS “O” seguido por 1 CH GS “A”. Durante a transfusão do CH apresentou elevação da temperatura axilar >1°C, calafrios, tremores e dor. Aberta investigação de reação transfusional com coleta de nova amostra para repetição dos exames pré transfusionais, laboratoriais e culturas. Foi então confirmada a tipagem A positivo do paciente e da bolsa, a compatibilidade da prova cruzada, assim como a pesquisa de anticorpos irregulares negativa no paciente. Houve positivação do Teste de Antiglobulina Direto (TAD). Os exames laboratoriais foram compatíveis com hemólise discreta sem dano renal ou distúrbio de coagulação. Foi observada queda da hemoglobina de 5,9 para 3,6 g/dL; aumento além da normalidade da bilirrubina total 2,4 mg/dL, indireta 0,9 mg/dL e LDH 569 U/L. O fibrinogênio, creatinina, enzimas hepáticas e haptoglobina encontravam-se dentro da normalidade. As hemoculturas da bolsa e paciente foram negativas. O eluato evidenciou anticorpo Anti-A. Foi então feita hipótese de reação transfusional hemolítica devido anticorpo anti-A proveniente das múltiplas transfusões recentes de CP GS “O”. Feita pesquisa de hemolisina Anti-A no soro dos doadores do grupo “O” das plaquetas utilizadas recentemente nesse paciente, sendo identificadas plaquetas com título de Anti-A (IgM) igual a 256.

Discussão

No grupo GSH, realizamos a titulação das isoaglutininas Anti-A e Anti-B nas plaquetas de aférese GS “O” de forma identificar os produtos “O” perigosos e, direcionar sua transfusão isogrupo. Porém a hemólise pós transfusão de CP “O” também pode ocorrer principalmente em quando usamos múltiplos CP “O” e, em indivíduos de baixo peso como a população pediátrica.

Conclusão

A transfusão de plaquetas ABO incompatíveis é uma estratégia bastante difundida devido a necessidade de gestão de estoque, sua eficácia comprovada e baixa ocorrência de hemólise. Os casos de hemólise pós transfusão de plaquetas são mais comuns com a transfusão de plaquetas de aférese do que com as plaquetas randômicas, porem na ocorrência de quadro clínico compatível devemos seguir com investigação complementar.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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