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Vol. 44. Issue S2.
Pages S173-S174 (October 2022)
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Pages S173-S174 (October 2022)
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PONATINIBE PARA TRATAMENTO DE LLA PH+ RECAÍDA: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
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CMA Saraivaa,b, SR Iantasa, JTL Xaviera, RT Centronea, AT Trunkela, A Alvesa
a Instituto Hemomed de Oncologia e Hematologia, São Paulo, SP, Brasil
b Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Descrever caso de paciente com leucemia linfoblástica aguda Ph+, não elegível a transplante alogênico de medula óssea, em uso de ponatinibe como terapia de resgate.

Material e métodos

Avaliação de prontuário e pesquisa em base de dados.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 65 anos de idade, com antecedente de obesidade, asma e nefrolitíase, em investigação de plaquetopenia, tendo feito uso de prednisona sem incremento da contagem plaquetária. Avaliação medular evidenciou leucemia linfoblástica aguda B (LLA-B) com cariótipo normal. Iniciada quimioterapia de indução com protocolo GRAAL e realizada coleta de BCR-ABL de sangue periférico, que resultou positivo (p190). Diante desse dado, e devido à pandemia de covid-19, com o objetivo de minimizar toxicidades e evitar internação hospitalar, o tratamento foi modificado para o protocolo GIMEMA LAL, baseado em dasatinibe 140 mg/dia e prednisona. A paciente evoluiu com resposta citomorfológica completa, doença residual mensurável negativa e BCR-ABL indetectável após 3 meses de tratamento. Nesse período, apresentou múltiplas intercorrências – diverticulite aguda, colite pseudomembranosa e artrite (posteriormente diagnosticada com artrite reumatoide). Enviada para avaliação com equipe de transplante de medula óssea, sendo considerada inelegível naquele momento devido às comorbidades e decidido por manter inibidor de tirosino quinase. Evoluiu com recaída após sete meses de uso de dasatinibe, sendo submetida à reindução com inotuzumabe-mini-Hyper-CVAD. Após o primeiro ciclo, alcançou resposta citomorfológica completa, porém evoluiu com cefaleia persistente e perda visual à direita. Evidenciada hemorragia intracraniana, sem indicação de abordagem neurocirúrgica. Devido a essa intercorrência, foi considerada definitivamente inelegível ao transplante alogênico. Nesse ínterim, foi pesquisada e detectada a mutação t315i. Diante da nova informação e do evento adverso grave, iniciou uso de ponatinibe 30 mg/dia em monoterapia. A paciente segue em uso do medicamento, mantendo resposta citomorfológica completa, com doença residual mensurável positiva (0,36% de blastos residuais) e BCR-ABL detectável após dois meses de tratamento. Apresenta boa tolerância ao tratamento, sem toxicidade hematológica ou cardiovascular. Apresentou episódio de diverticulite aguda, sem necessidade de internação hospitalar.

Discussão

Historicamente, LLA-B Ph+ é considerada uma doença de mau prognóstico, com taxas de sobrevida em longo prazo inferiores a 20% na era anterior aos inibidores de tirosino quinase (ITK). Entretanto, com o advento dessa terapia-alvo, os desfechos de pacientes com LLA-B Ph+ têm se equiparado ou mesmo ultrapassado os daqueles sem essa alteração molecular. No presente caso, a paciente atingiu resposta molecular completa com uso de terapia à base de corticoide e ITK de segunda geração, tendo evoluído com recaída associada à mutação T315i. Segue em resposta citomorfológica após dois meses de ponatinibe, sendo necessário maior período de acompanhamento para avaliar a profundidade da melhor resposta, bem como sua duração.

Conclusão

Ponatinibe é opção terapêutica eficaz e com boa tolerância para paciente com LLA-B Ph+ (t315i) inelegível a quimioterapia intensiva.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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