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Vol. 44. Issue S2.
Pages S244-S245 (October 2022)
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PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR PULMONAR COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE MIELOMA MÚLTIPLO: RELATO DE CASO
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ACP Silvaa, AR Tavaresb, MT Diasc, G Augustoa, IL Teixeirac, RF Tavaresb, GRM Souzad
a Serviço de Hematologia, Hospital do Servidor Público do Estado de São Paulo (HSPE), Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), São Paulo, SP, Brasil
b Faculdade de Medicina de Barbacena (FAME), Fundação José Bonifácio Lafayette de Andrada (FUNJOBE), Barbacena, MG, Brasil
c Serviço de Clínica Médica do Hospital Regional de Barbacena Dr. José Américo (HRBJA), Barbacena, MG, Brasil
d Serviço de Hematologia do Hospital Ibiapaba - CEBAMS, Barbacena, MG, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Introdução

A maioria dos pacientes com neoplasia de células plasmáticas tem doença generalizada ao diagnóstico, ou seja, se apresenta como Mieloma Múltiplo (MM). No entanto, uma minoria dos pacientes com malignidade de plasmócitos apresenta uma única lesão óssea ou, menos comumente, uma massa de tecido mole de plasmócitos monoclonais: plasmocitoma ósseo solitário (POS) ou plasmocitoma extramedular (PEM). O PEM cresce em qualquer tecido do organismo e assim como as outras discrasias plasmocíticas é extremamente raro.

Objetivo

Este trabalho apresenta relato de caso clínico raro de PEM de parênquima pulmonar que precedeu diagnóstico de MM e faz uma revisão da literatura sobre o tema.

Relato de caso

Paciente de 62 anos, sexo masculino com histórico de etilismo e tabagismo que foi atendido pelo departamento de cirurgia torácica e encaminhado para consulta ambulatorial oncológica devido à queixa de dor em arcos costais e dispneia aos esforços de início há 6 meses, com tomografia de tórax que evidenciava massa sólida no segmento superior do lobo inferior do pulmão direito, de 8,4cm em sua maior dimensão, determinando erosão dos arcos costais posteriores direitos de T5 e T6, invadindo forames neurais, além de moderado derrame pleural à direita, sem linfonodomegalias, tronco da artéria pulmonar com calibre aumentado de 3,3cm. Imuno-histoquímica de massa pulmonar confirmou diagnóstico de plasmocitoma (CD138 positivo e monoclonalidade lambda; CD 20, AEI1/AE3 e kappa negativos). Ademais, apresentava anemia normocítica normocrômica, com função renal preservada e cálcio nos valores da normalidade. Em investigação e evolução posterior foi visto em inventário ósseo lesões líticas em úmeros, fêmures, vértebras dorsais/lombares, clavículas, tíbia e fíbula, além de aproximadamente 60% de plasmócitos clonais em medula óssea. Firmado então o diagnóstico de PEM pulmonar precedendo MM e iniciado tratamento com quimioterapia sistêmica.

Discussão

Aproximadamente 80-90% dos casos de PEM ocorrem em estruturas craniocervicais (trato aerodigestivo superior, laringe, nasofaringe, tonsilas, cavidades nasais e paranasais), porém, seus números não chegam a 1% das lesões neoplásicas da cabeça e pescoço. Outros sítios como os tratos gastrintestinal e urogenital, sistema nervoso central, tireóide, paratireóides, glândulas salivares, linfonodos, pele, pulmões e mamas são incomuns. O tratamento do plasmocitoma varia conforme seu acometimento, os pacientes com POS ou PEM podem ser tratados apenas com radioterapia, pois estudos indicam que a adição de quimioterapia à radiação não melhora a sobrevida global. A abordagem cirúrgica para destruir ou remover o tumor também pode ser realizada se não houver o diagnóstico de MM. Os PEMs podem ser a manifestação inicial do MM, com progressão, em média, em 30% das situações, no entanto o porquê de alguns pacientes desenvolverem MM e outros não ainda não é bem compreendido.

Conclusão

O relato em questão trata-se de caso clínico raro e pouco descrito em literatura médica com evolução para MM. O diagnóstico diferencial de lesões sólidas pulmonares deve ser sempre lembrado e é de suma importância para correta propedêutica e tratamento. Quando a biópsia da massa revelar a presença de plasmocitoma, uma avaliação minuciosa deve ser realizada no intuito de investigar MM, já que a conduta a ser adotada é variável a depender do acometimento sistêmico ou não da doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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