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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S421-S422 (October 2023)
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HEMO 2023
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PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR EM PACIENTE PÓS-TRANSPLANTE CARDÍACO POR AMILOIDOSE HEREDITÁRIA
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ASA Silva, MESE Sá, DF Moura, GSD Cortez, MFH Costa, MCDM Cahu, VECB Dantas, JO Vieira, ACC Lopes, AQMS Aroucha
Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

mieloma múltiplo é uma neoplasia de células plasmáticas localizado principalmente na medula óssea (MO), com características biológicas ligadas à secreção de grandes quantidades de anticorpos e suas interações com o microambiente da MO. O plasmocitoma extramedular é um tumor solitário constituído por células plasmáticas neoplásicas, com pouco/nenhum envolvimento da MO.

Objetivo

relatar caso de plasmocitoma extramedular em paciente pós-transplante cardíaco por amiloidose hereditária.

Relato

masculino, 66 anos, com insuficiência cardíaca de causa isquêmica, recebeu diagnóstico de miocardiopatia dilatada em 2017. RM cardíaca sugeriu amiloidose e histopatológico de pele e subcutâneo abdominais concluiu amiloidose ATTR (tipo transtirretina), com depósitos de vermelho do Congo, compatível com amiloidose hereditária. Por cardiopatia amiloide, realizou o transplante no mesmo ano. No fim de 2021, surgiu lesão exofítica na região deltoide de membro superior direito (MSD), de rápido crescimento e pruriginosa, cuja histopatologia indicou plasmocitoma. Cintilografia cardíaca com ausência de sinais de amiloidose. Tomografias, inventário ósseo e imunoeletroforeses sem alterações; biópsia de MO com 10% de plasmócitos e vermelho do Congo negativo. PET-CT com hipermetabolismo glicolítico na região de deltoide (SUV 4,3) e em linfonodos axilares (SUV 14,3). Após 25 sessões de radioterapia, houve melhora da lesão cutânea, porém progressão da adenomegalia axilar, com abscedação. Histopatológico linfonodal concluiu plasmocitoma extra-ósseo. Realizou 1 ciclo do esquema VCD (bortezomibe, ciclofosfamida e dexametasona), com progressão para VDTPACE (bortezomibe, doxorrubicina, cisplatina, etoposídeo e ciclofosfamida), em 2 doses. Ao longo da QT, apresentou trombose venosa em MSD, necessidades transfusionais e azotemia sem necessidade de terapia renal substitutiva. Durante protocolo de mobilização pré-TMO autólogo, teve crise convulsiva seguida de PCR em AESP com retorno da circulação espontânea após 2 ciclos de RCP. TC craniana inicial afastou sangramento em SNC. Nos 14 dias de UTI, ocorreram episódios de desorientação e zoopsias a despeito de medidas para delirium. RM de crânio constatou lesões isquêmicas subagudas com transformação hemorrágica em hemisfério cerebelar direito e occipital esquerdo. Seguiu com episódios convulsivos além de mioclonias e retorno das lesões cutâneas no padrão inicial. Cursou com rápida deterioração clínica e opção de TMO autólogo foi afastada. Após reunião familiar com equipe multidisciplinar, foram pactuadas diretivas de cuidados, pois não havia possibilidade terapêutica que modificasse o curso da doença. Houve piora progressiva, com aumento das lesões em MSD, além de novo foco na região torácica, que seguiram com infecção secundária e quadro séptico, evoluindo a óbito.

Discussão

Apesar dos avanços no tratamento do mieloma múltiplo, com boas taxas de resposta, a maioria dos pacientes recebe diagnóstico tardiamente, comprometendo a sobrevida. Os plasmocitomas representam uma forma agressiva, onde o clone neoplásico se desenvolve independentemente do microambiente da MO, o que invariavelmente está ligado a características de alto risco, aumento da proliferação, evasão da apoptose e resistência a terapias.

Conclusão

o caso reportado descreve um portador de mieloma múltiplo sem resposta clínica satisfatória a sessões de radio e quimioterapia, com rápido comprometimento sistêmico a partir de complicação infecciosa local.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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