Journal Information
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S792-S793 (October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S792-S793 (October 2023)
Full text access
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES TRANSFUNDIDOS EM CARÁTER DE EXTREMA URGÊNCIA EM HOSPITAL EM SÃO PAULO
Visits
174
LPS Fontenele, KJD Olio, JAD Santos, JED Giacomo
Grupo GSH, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

More info
Objetivo

Caracterizar o perfil de atendimento de pacientes que receberam transfusão de extrema urgência em um hospital da cidade de São Paulo.

Material e métodos

Estudo descritivo e retrospectivo realizado através da revisão de prontuários de pacientes transfundidos, em caráter de extrema urgência em um hospital geral de São Paulo no período de janeiro de 2022 a junho de 2023. Foram analisados idade, diagnóstico, número e tipo de hemocomponentes transfundidos, quadro clínico que justificasse a transfusão de emergência e desfecho clínico do paciente.

Resultados

No período avaliado foram transfundidas 2.274 unidades de Concentrados de Hemácias (CH) pela agência transfusional, sendo apenas 24 destes como extrema urgência, correspondendo a 1,05% das transfusões deste hemocomponente. Foram 11 pacientes transfundidos, com média de idade de 46 anos. A média de CH transfundidos por paciente foi 2,18, variando de 1 a 4 unidades. Os diagnósticos mais frequentes foram os relacionados a patologias obstétricas (5 casos de hemorragia puerperal). Além destes, a transfusão de emergência foi utilizada em 2 pacientes com ferimentos auto infligidos, 1 paciente com hemorragia digestiva, 1 paciente com abdome agudo hemorrágico, 1 paciente em pós-operatório de cirurgia plástica e 1 paciente com hemorragia intracraniana. O desfecho para óbito ocorreu em 3 pacientes. Não foram detectadas reações transfusionais.

Discussão

A transfusão de hemocomponentes, é um recurso terapêutico muito importante nos atendimentos de emergência, que envolvem sangramento e instabilidade hemodinâmica de pacientes graves. As indicações para as transfusões de hemocomponentes são: restaurar ou manter a capacidade de transporte de oxigênio, o volume sanguíneo e a hemostasia. No entanto, há riscos potenciais inerentes ao procedimento, especialmente nos casos de extrema urgência, onde os testes pré-transfusionais não são concluídos antes do início da transfusão. Segundo a legislação vigente no Brasil, as transfusões de extrema urgência podem ser liberadas sem provas de compatibilidade, nos casos em que há risco de morte do paciente se não for realizada imediatamente, desde que seja feita solicitação por escrito, com assinatura do termo de responsabilidade pelo médico solicitante, e que as provas transfusionais sejam realizadas mesmo após o fim da transfusão. A transfusão de emergência está indicada, portanto, quando os benefícios dela superam os possíveis riscos da não conclusão dos testes, como, por exemplo, a não identificação de aloanticorpos que possam causar reação hemolítica. Neste estudo, foram liberadas transfusões de extrema urgência para 11 pacientes graves, com quadros de sangramento, sejam por patologias cirúrgico-obstétricas ou trauma. Em todos os casos, o quadro clínico justificava a urgência da transfusão, com média de 2 CH transfundidos por paciente. No acompanhamento, 27% dos pacientes evoluíram a óbito não relacionado a transfusão e não foram evidenciadas reações transfusionais 24 horas após a transfusão.

Conclusão

Os achados nesse estudo evidenciam a importância da transfusão de extrema urgência, no manejo de pacientes graves com quadro de instabilidade hemodinâmica e sangramento. O baixo número deste tipo de transfusão encontrado está de acordo com os protocolos empregados na instituição para seleção e liberação de hemocomponentes.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools