Analisar o perfil epidemiológico do painel oncológico da Leucemia Linfoide nos últimos 5 anos no Brasil.

Estudo epidemiológico descritivo de série temporal a partir da coleta de dados de 2018 a 2022, do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/DATASUS). No estudo foram analisadas as variáveis: faixa etária, sexo e ano de diagnóstico, no qual foram realizadas estatísticas descritivas simples.

No período estudado, tiveram 15.890 casos dessa enfermidade no Brasil. Em 2018 o número de casos foi de 2.893, 2019 com 3.341, 2020 com 3.030, 2021 com 3.318 e 2022 com 3.308. A faixa etária mais acometida foi de 0 a 19 anos representando 43,8% do total, quase a metade dos casos se concentra nessa população, seguida pela faixa de 65 a 69 anos que representa 7%. O sexo masculino assumiu 9.114 casos, representando 57,3%, enquanto o sexo feminino apresenta 6.776 casos (42,6%). A região Sudeste foi a mais afetada com 6.259 casos, seguido do Nordeste com 3.539, Sul com 3.054, Norte com 1.705 e Centro-Oeste com 1.333.

A leucemia linfoide tem duas apresentações, sendo classificadas pelo tipo de célula atingida e pela apresentação de crescimento das células doentes. Em geral, a Leucemia Linfoide Aguda é o tipo de câncer infantil mais comum, o risco de desenvolver a enfermidade é maior em crianças de até 5 anos. Nos últimos 5 anos, um terço das internações por leucemia representavam a faixa etária de 0 a 9 anos de acordo com os dados obtidos da saúde pública brasileira. Enquanto, a Leucemia Linfoide Crônica acomete mais adultos em envelhecimento, principalmente homens. A análise dos subtipos de leucemia evidencia as regiões geográficas, o sexo, faixa etária mais acometidos, esses dados são de suma importância para estudo da etiologia da doença. Além disso, a idade do paciente é um fator importante de prognóstico dos pacientes.

Diante dos dados analisados evidencia-se a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado. Como analisado no período do estudo, é uma enfermidade que acomete principalmente crianças e adolescentes, sendo assim, deve-se priorizar o tratamento eficaz com discussões sobre melhorias no Sistema Único de Saúde para garantir qualidade de vida após a remissão. Neste contexto, esse estudo apresenta uma limitação, uma vez que aborda apenas o Sistema Público Saúde, porém consegue-se traçar um perfil epidemiológico visando garantir que a verba pública alcançará aqueles que mais necessitam, garantindo o princípio da equidade.