Analisar o perfil de candidatos a doação de sangue do HEMOSE para estratégias eficientes de captação e fidelização de doadores.

Pesquisa descritiva com dados retrospectivos de candidatos a doação de sangue no HEMOSE (2018-2022) através de registros eletrônicos de triagem pré-doação.

O HEMOSE registrou 163.154 candidatos à doação de sangue entre 2018 e 2022. Em 2018, foram 34.385 candidatos que corresponde a 1,49% da população sergipana, em 2019 houve o maior número de candidatos, 35.210 (1,53% da população sergipana), enquanto em 2020 foram contabilizados apenas 29.068 (1,25%), já em 2022 foram 33.211 doadores (1,50%). Neste período, 58,8% dos candidatos eram do sexo masculino, mas destaca-se o crescimento das doadoras femininas, aumentando de 39% em 2018 para 43,2% em 2022. O ensino médio completo foi o mais representativo entre os candidatos (40,6%), seguido por ensino superior completo (19,1%). A maioria dos candidatos foram de Aracaju (50,5%), seguidos por 43,9% do interior do estado e 5,7% de outros estados. As doações de reposição predominaram com 47,5%, seguidas pelas doações voluntárias com 42,5%, exceto em 2020, quando o padrão se inverteu: o número de doadores voluntários representou 46,2% enquanto a reposição 44,1%. A média anual de novos candidatos foi de 12.195, com o maior número em 2022 (13.647) e o menor em 2020 (9.465). Em relação aos candidatos de repetição, houve pico em 2019 (21.830) e o menor número em 2022 (19.564), com média anual de 20.435, sendo que nos últimos três anos não atingiu um número de 20.000 candidatos.

Segundo o Ministério da Saúde (2022), cerca de 1,4% da população brasileira é doadora regular de sangue, dentro da meta estabelecida pela OMS de 1% a 3% da população. Em Sergipe, no ano de 2020 houve uma redução no percentual de candidatos (devido a pandemia) e este percentual foi recuperado em 2022 que mesmo após retirada dos inaptos atingiu a meta (1,17%). Estudos mostram que há predominância de candidatos masculinos, mas com crescimento significativo de doadoras, como no HEMOSE, onde as mulheres representavam apenas 28,3% em 2012 e passou para 43,2% em 2022. Isso pode ser atribuído as campanhas voltadas ao público feminino que tentam desmistificar tabus relacionados, sobretudo, à menstruação. Quanto aos tipos de doação, foi observado um aumento no número de doadores de primeira vez e redução dos de repetição. Alguns trabalhos recentes mostram predomínio de doações de reposição e de primeira vez. As campanhas buscam atrair doadores de primeira vez e convertê-los em regulares devido à menor taxa de inaptidão nesse grupo.

O presente estudo analisou os perfis dos doadores HEMOSE, que está dentro da meta da OMS. Além disso, compreender este perfil é fundamental para desenvolver estratégias e alcançar a fidelização dos doadores, contribuindo para garantir um suprimento adequado de hemocomponentes e com melhor qualidade.