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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S624 (October 2023)
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HEMO 2023
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PERFIL DO FENÓTIPO RHCE DE DOADORES DE SANGUE RHD NEGATIVOS EM DOIS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS DO RIO JANEIRO
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200
TA Barrosa, KB Fonsecab, CA Mesquitab, JH Silvab, CAT Alvesa, JM Santosa, ALBR Soaresa, LST Papinuttoa, FMGC Bandeirac
a Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Hospital Universitário Pedro Ernesto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
c Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivo

Comparar a prevalência do fenótipo CDE+ em doadores RhD negativos de dois Hospitais Universitários do Rio de Janeiro, com a descrita na literatura.

Materiais e métodos

Estudo multicêntrico retrospectivo realizado entre janeiro de 2018 e maio de 2023 com doadores de sangue RhD negativos e pesquisa de “D fraco” negativa, quanto aos fenótipos RHCE no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE/UERJ) e no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ), através de consulta às bases de dados dos sistemas de hemoterapia utilizado pelos serviços. A técnica em gel foi utilizada para a realização dos testes envolvidos.

Resultados

Foram avaliadas 46.070 doações no período. Dessas, 4.014 foram de doadores RhD negativos com fenótipo CDE avaliado, sendo 397 (9,94%) doadores CDE+, dos quais 194 (10,6%) no HUCFF e 203 (9,3%) no HUPE. Dos 236 doadores RhD negativo CDE+ que tinham a informação do fenótipo específico disponível, 72,46% eram rr; 21,61% eram rr e 5,93% eram rr/ryr.

Discussão

O sistema do grupo sanguíneo RH foi descrito no início da década de 1940 por Landsteiner e Wiener. É composto por proteínas multipassagem na membrana eritrocitária, totalizando mais de 50 antígenos já reconhecidos. Desses, cinco tem maior relevância clínica na prática transfusional, a saber: D (RH1), C (RH2), c (RH4), E (RH3), e (RH5). Presentes no cromossomo 1 e mantendo íntima relação entre si, os genes RHD e RHCE, cada um com 10 éxons, distribuídos em 69 kpb, são separados pelo gene TMEM50A (SMP1) e transcrevem esses antígenos em direções opostas. Devido a essa interação, o fenótipo RhD negativo, resultado da ausência do antígeno D (RH1), na população caucasiana, por deleção em homozigose do gene RHD, costuma vir acompanhada da ausência dos antígenos C (RH2) e E (RH3). Dados de literatura norte-americana ou europeia sugerem prevalência em torno de 97% do fenótipo dce/dce (rr) entre os RhD negativos. Baseada nesses dados, nossa legislação prevê a fenotipagem estendida de doadores RhD negativo, para garantirmos o fenótipo CDE negativo dessas bolsas. Nesta amostra, 90% dos doadores RhD negativo são CDE negativo, sendo menor que a da população caucasiana. O encontro de 9.89% de doadores CDE+ nesta amostra, é maior que o relatado na literatura mundial.

Conclusão

A prevalência do fenótipo CDE+ em doadores RhD negativo mostrou-se maior do que a descrita na literatura. Essa diferença deve-se, entre outros fatores, à alta miscigenação da população. Vale ressaltar, contudo, que a prevalência encontrada neste estudo não é representativa do povo brasileiro pois restringe-se a um coletivo de doadores de sangue de núcleos de hemoterapia públicos do Rio de Janeiro. Um estudo de base populacional pode ser necessário para extrapolação de dados nacionais e implantação de políticas transfusionais.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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