Avaliar as coletas autólogas realizadas no primeiro ano do serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital de Câncer (HC) no Rio de Janeiro traçando um perfil dos pacientes envolvidos.

Estudo retrospectivo por meio de análise de prontuários dos pacientes internados para Transplante Autólogo de Medula Óssea no Hospital no período entre Janeiro de 2022 e Abril de 2023 que coletaram células tronco de sangue periférico mobilizado com GCSF e Plerixafor (somente em caso de falha de mobilização) após contagem mínima de 10 células CD34+/mm3 e colocação de cateter central. As coletas foram realizadas em máquina de fluxo contínuo (Optia®).

O Hospital realizou, no período, um total de 18 coletas em 15 pacientes. Destes, 33% (5) são do sexo masculino e 67% (10) do sexo feminino. Apenas 20% (3) dos pacientes necessitaram de mais de uma coleta para atingir o alvo desejado e 53% (8) utilizaram plerixafor para a mobilização. A doença com maior incidência entre as coletas foi Mieloma Múltiplo (73%) seguida por Linfoma não Hodgkin. A média de dias para a pega foi de 10,8 dias.

A maioria dos pacientes atingiu o alvo recomendado em apenas uma coleta agregando benefícios econômicos e clínicos já que a fase de condicionamento pode ser adiantada e o paciente é menos espoliado com menos sessões. Dos pacientes que necessitaram de nova coleta, um dos motivos foi a dose de GCSF utilizada que se encontrava abaixo de 10 mcg/Kg/dia.

Os resultados encontrados no primeiro ano do novo setor de TMO do HC são compatíveis com os encontrados na literatura geral e reforçam alguns fatores preditivos positivos para boa coleta como dose de mobilização na faixa de 10 mcg/Kg de GCSF e máquina de fluxo contínuo de última geração assim como fatores preditivos negativos como determinadas doenças e determinados esquemas quimioterápicos que contribuem para mais de uma sessão de coleta necessária para atingir o alvo mínimo. No entanto, a grande maioria dos pacientes atingiu o alvo estabelecido apenas com uma coleta.