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Vol. 44. Issue S2.
Pages S666 (October 2022)
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O USO DE PLASMA CONVALESCENTE COMO TERAPIA ADJUVANTE EM PACIENTES HOSPITALIZADOS POR COVID-19: PLACOVID TRIAL
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AA Moura, M Sosnoski, AM Rosa, L Sekine
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Este estudo investigou o efeito da terapia com Plasma Convalescente (PC) na melhora clínica de pacientes hospitalizados com diagnóstico de COVID-19 grave admitidos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

Material e Métodos

Ensaio clínico randomizado aberto avaliando o efeito de duas doses de 300 mL de terapia de PC administrada com intervalo de 48 horas nos primeiros 14 dias do início dos sintomas em pacientes graves e criticamente doentes com COVID-19 em comparação com Tratamento Padrão (TP). O desfecho primário foi a proporção de pacientes com melhora clínica de 28 dias após entrada no estudo. Os Anticorpos Neutralizantes (AN) foram determinados em todas unidades de plasma do doador e no soro do paciente, coletados nos dias 0 e 3 (após a segunda infusão de plasma). Além disso, parâmetros laboratoriais foram avaliados nos dias 0 (pré-infusão), 3 (pós-segunda infusão), 7 e 14 após a inscrição em pacientes hospitalizados.

Resultados

Foram avaliados 443 pacientes quanto à elegibilidade ao estudo e destes 160 foram arrolados, 80 no grupo PC+TP e 80 no grupo TP. Os resultados abaixo correspondem à mediana (Intervalo Interquartil [IQR]). A idade foi de 60,5 (48,0‒68,0) anos, 93 (58,1%) eram do sexo masculino e o tempo desde o início dos sintomas até a randomização foi de 10 (8‒12) dias. Ao todo, 133 (83,1%) pacientes apresentaram títulos de AN acima de 1:80 na randomização (mediana 1:1280, IQR 1:320–1:2560). Destaca-se que todos, exceto dois pacientes, estavam recebendo glicocorticóides no momento da entrada no estudo. A mediana dos títulos de AN do doador de plasma administrado a pacientes do grupo de intervenção foi de 1:320 (1:160–1:960), o que foi significativamente menor do que os títulos de AN basais dos pacientes antes da infusão (p<0,001). No dia 3, houve um aumento significativo nos títulos de AN na intervenção do que no grupo controle (p=0,001) em relação aos títulos na randomização (dia 0). Ainda, a proporção de pacientes com melhora clínica no dia 28 foi de 61,3% no grupo PC+TP e 65,0% no grupo TP. Os resultados foram semelhantes nos subgrupos criticamente doentes e graves. Além disso, não houve diferença significativa entre os grupos PC+TP e TP em desfechos secundários pré-estabelecidos, incluindo mortalidade em 28 dias.

Discussão

Os achados clínicos e laboratoriais são coerentes com ensaios clínicos anteriores que não encontraram benefício significativo da terapia com PC em pacientes hospitalizados com COVID-19. Entre os grupos intervenção e controle, não houve diferença estatisticamente significativa nos resultados, incluindo mortalidade em 14 e 28 dias. Ressalta-se que um ponto forte do atual estudo é que praticamente todos pacientes foram tratados com corticosteróides, principalmente dexametasona, uma vez que SOC e outros medicamentos não foram usados.

Conclusão

Neste ensaio clínico as duas infusões de terapia com plasma convalescente mais tratamento padrão em comparação ao tratamento padrão não resultaram em maior proporção de melhora clínica no dia 28 em pacientes acometidos com COVID-19 grave.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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