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Vol. 44. Issue S2.
Pages S499-S500 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
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AFÉRESE
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O DESABASTECIMENTO DE IMUNOGLOBULINA INTRAVENOSA E O USO DE PLASMAFÉRESE EM PRIMEIRA LINHA NA SÍNDROME DE GUILLAIN – BARRÉ EM PACIENTE PEDIÁTRICO: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA
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PVO Peresa, JR Silvaa, RF Cardosoa, VGM Costaa, MR Barbosaa, LHR Gabriela, MAF Borgesb, RD Fernandesa
a Banco de Sangue Hemolabor, Brasil
b Instituto de Neurologia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

Relatar um caso de Guillain – Barré em paciente de 12 anos de idade que utilizou plasmaférese terapêutica como primeira linha, focando nos aspectos técnicos do procedimento; Discutir as possíveis causas para o desabastecimento de imunoglobulina intravenosa (IGIV) atual.

Metodologia

Coleta de dados clínicos no prontuário. Revisão de literatura, com ênfase em plasmaférese na população pediátrica, suas indicações, paticularidades técnicas e eventos adversos.

Resultados

Paciente de 12 anos de idade, sexo feminino, 35 quilos, previamente hígida, deu entrada no pronto – socorro com quadro de tetraparesia desproporcional – força grau III em MMII e grau IV em MMSS – associada à mialgia difusa. Sem quadro infeccioso ou vacinação recente antecedendo. Equipe da neurologia levantou hipótese de síndrome de Guillain- Barré e solicitou plasmaférese terapêutica, pois não havia disponibilidade de IGIV. Foram realizadas 04 sessões utilizando o sistema COM.TEC (Fresenius Kabi) com troca de uma volemia cada. O fluxo médio de extração foi de 37,5ml/min (30-45ml/min). A taxa média de ACD infundido na paciente foi de 234ml e a proporção ACD:sangue foi de 1:16. A duração média foi de 73 minutos por procedimento. Em todas as sessões foi utilizado reposição profilática com solução de 10ml de gluconato de cálcio 10%. A paciente apresentou tontura e parestesia perioral nas duas primeiras sessões. Sem outros eventos adversos. Recebeu alta após quarta sessão, já sendo capaz de deambular sem auxílio.

Discussão

A Síndrome de Guillain Barré corresponde a um grupo de polirradiculopatias autoimunes, inflamatórias e desmielinizantes. Os tratamentos de primeira linha constituem IGIV e plasmaférese. A IGIV costuma ser preferida principalmente em crianças por maior facilidade posológica e não envolver uso de dispositivos invasivos. O desabastecimento de IGIV desde 2019 em diversos países do mundo, inclusive no Brasil, tem dificultado o acesso a este tratamento. Entre as possíveis causas para este desabastecimento, podemos citar: aumento da demanda não acompanhada por aumento na produção, impactos da pandemia de COVID- 19 sobre matéria-prima (doadores de sangue) e logística (transporte, etc), descontinuação do produto por alguns laboratórios, entre outros. Segundo o último guideline da Sociedade Americana de Aférese não há diferença no desfecho entre IGIV e plasmaférese. Entre os principais eventos adversos da plasmaférese em pacientes pediátricos, destacam- se os relacionados ao acesso central (infecções, complicações mecânicas, entre outros), hipocalcemia, o volume extracorpóreo utilizado no procedimento e riscos de intoxicação por citrato. A paciente do caso apresentou apenas sintomas leves de hipocalcemia, que melhoraram após redução do fluxo de extração.

Conclusão

A plasmaférese terapêutica em pacientes pediátricos tem se mostrado eficaz, seja em primeira linha ou como tratamento complementar. Ajustes na taxa de extração, reposição profilática de cálcio e cuidados com o acesso central aumentam a segurança do procedimento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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