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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S90 (October 2023)
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NOVOS CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIA DE CÉLULAS PLASMOCITÁRIAS – O PAPEL DO LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
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JF Nogueira, ICB Soares, GCA Santos, TA Barros, BS Fernandes
Grupo Fleury, São Paulo, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivo

Relatar caso de leucemia de células plasmáticas (LCP), enfatizando a importância da análise da hematoscopia na aplicação dos novos critérios diagnósticos.

Introdução

O Mieloma múltiplo (MM) é uma das neoplasias hematológicas mais prevalentes. No entanto, uma entidade menos abordada na literatura é a Leucemia de Células Plasmocitárias (LCP), cuja biologia própria e perda de fatores de adesão ao estroma medular confere maior agressividade e refratariedade terapêutica. O diagnóstico de LCP baseado nos critérios de Kyle definia como pelo menos 20% de células plasmáticas circulantes e uma contagem total de células plasmáticas no sangue periférico de pelo menos 2 × 109/ L, identificando assim um subtipo de MM com prognóstico mais reservado. Alguns estudos usavam apenas um dos dois requisitos originais para definir LCP e outros sugeriam um limiar mais baixo de células plasmáticas circulantes até que consenso publicado em 2021, propôs como nova definição a presença de 5% ou mais de plasmócitos no sangue, aumentando a sensibilidade em cerca de três vezes.

Caso

Paciente do sexo feminino, 65 anos, com sua primeira visita no laboratório em 13/10/2022, realizadas eletroforese e imunofixação de proteínas séricas, com alteração da região de gamaglobulinas (pico em gama 0,19 g/dL) às custas de cadeias leves lambda. Em 07/11/22 retorna com imunofixação de proteínas urinárias, com presença de 93% de cadeia leve lambda – totalizando pico monoclonal de 4,04 g/dL na eletroforese de proteínas urinárias de 23/11/22. Ainda nesse mês, foi realizado hemograma completo, já com indicação de investigação de mieloma múltiplo, juntamente com a análise anatomo-patológica da medula óssea, além de mielograma e imunofenotipagem. Na hematoscopia do hemograma foi observada a presença de 8% de células plasmáticas (ou plasmablásticas) em sangue periférico. Achado que foi ratificado pela imunofenotipagem de sangue periférico.

Materiais e métodos

Amostra de sangue periférico colhido em tubo de EDTA foi analisada pelo equipamento XN9000, para determinação quantitativa dos índices hematimétricos, leucocitários e plaquetários, sendo necessário a realização da hematoscopia digitalizada (Cellavision), por alarme de blastos / linfócitos anormais.

Discussão

O diagnóstico correto de LCP depende da habilidade em rastrear e reconhecer plasmócitos no sangue periférico, o que se relaciona com pior prognóstico no espectro das discrasias plasmocitárias. A alteração recente nos critérios diagnósticos demonstra a necessidade em aumentar a sensibilidade para essa variante e permitir tratamento mais assertivo em maior número de pacientes nos estudos clínicos e na prática clínica. É fundamental que os laboratórios de análises clínicas estejam cientes dos novos critérios e auxiliem os médicos na identificação da LCP.

Conclusão

Frente às mudanças dos critérios diagnósticos apresentadas, tornou-se imprescindível a hematoscopia para identificação de células plasmáticas circulantes em todos os pacientes com Mieloma Múltiplo. Portanto, o Laboratório de análises clínicas, mais do que nunca, é peça fundamental na etapa diagnóstica, com implicações prognósticas e mudança da terapia do paciente portador de discrasia plasmocitária. Essa parceria com o Hematologista clínico deve ser cada vez mais estreitada, garantindo diagnóstico mais assertivo e melhores resultados no tratamento individualizado aos nossos pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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