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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S938-S939 (October 2023)
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HEMO 2023
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MORTALIDADE POR MIELOMA MÚLTIPLO POR REGIÃO GEOGRÁFICA NO BRASIL ENTRE 2005 A 2020
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RB Basilio, CSY Takano, MPB Machline, LLR Crivelaro, MG Catarozzo, DE Fujimoto
Universidade Santo Amaro (UNISA),Santo Amaro, SP, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

Mieloma múltiplo (MM) é uma neoplasia geneticamente complexa que evolui de acordo com fatores relacionados à doença do paciente. Trata-se de uma patologia maligna, progressiva e incurável caracterizada pela proliferação descontrolada de células plasmáticas neoplásicas dentro da medula óssea que pode cursar com hipersecreção de imunoglobulinas na circulação. Segundo estudos, os diagnósticos de MM são feitos em estágios avançados da doença. Entre 2005 a 2020 houve um aumento de 85,26% de óbitos por MM no país. O Brasil, um dos maiores países em território, garante uma diversidade de fatores geográficos e populacionais que influenciam na eclosão e curso da doença.

Objetivos

Analisar a mortalidade por MM por região geográfica entre 2005 a 2020, avaliando o comportamento deste indicador no país.

Material e métodos

Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, descritiva, transversal e retrospectiva. Os dados foram coletados do DATASUS (TABNET) em 2023, sendo comparados o número de mortes por MM e neoplasias entre 2005 a 2020 por região do Brasil.

A análise será fundamentada com base em artigos postados no PubMed entre 2018 a 2023, nos idiomas português e inglês através dos descritores: mieloma múltiplo; mortalidade.

Resultados e discussão

No Brasil, entre 2005 a 2020, o MM corresponde 1,37% dos óbitos por todas as neoplasias (TN) e 18,38% por neoplasias hematológicas (NH). A prevalência aumenta com a idade, sendo 27,38% até 19 anos, 29,92% entre 20 a 59 anos e 42,69% acima de 60 anos. Por região, há variação de 0,04%, sendo, em ordem decrescente, 3,03% no Norte (N), 7% no Centro-Oeste (CO), 17,31% no Sul (S), 19,41% no Nordeste (NE) e 53,25% no Sudeste (SE). A média de mortalidade por MM entre regiões é 5,74%, variando em média 0,18%. Nota-se o crescimento médio de óbitos em 85,26% no intervalo de 15 anos. No N, entre 2013 e 2014 houve o maior aumento dos óbitos equivalente a 1,56%, correspondente a 52% do aumento dos óbitos por TN nesse mesmo período e 12% entre os óbitos por NH entre 2005 a 2020. No NE, após 11 anos com padrão de flutuação entre 0,13% a 0,76%, ocorreu o maior aumento equivalente a 1,48% entre 2017 e 2018. No SE, a razão entre óbitos de MM por NH e TN são, respectivamente, 20,10% e 96,34%. No S, entre 2005 a 2020, houve um aumento de 71,6% de mortes por MM, representando 16,89% dos óbitos por NH e 1,21% por TN. No CO, a flutuação de mortes por MM varia entre 114,25% e 283,96% com pico em 2019, representando 16,97% dos óbitos por NH e 1,51% por NT.

Conclusão

A variação da prevalência média de mortes por MM nas regiões brasileiras somado à progressão de mortes entre 2005 a 2020 pode indicar um déficit diagnóstico no início da doença. Uma possibilidade para os altos índices de MM e doenças hematológicas, especialmente na região SE, pode ser a exposição ocupacional a organofosforados muito presente na agricultura. A análise dos dados destaca a gravidade do subdiagnóstico e do diagnóstico tardio das neoplasias hematológicas. Os dados reforçam a importância de estratificação para adotar medidas de prevenção e manejo. Desta forma, o rastreamento e tratamento precoce auxiliarão no aumento da expectativa de vida, principalmente, em menores de 19 anos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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