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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S347-S348 (October 2023)
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HEMO 2023
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LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B EM MAXILA: RELATO DE CASO
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AJB Meloa, NLP Rangela, IFC Oliveiraa, JMD Nascimentob, RVBD Oliveirab
a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), Passos, MG, Brasil
b Hospital Regional do Câncer de Passos (HRC), Passos, MG, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução e objetivos

Linfomas são um grupo amplo de neoplasias do sistema linfático divididas classicamente em: linfoma de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin. Aproximadamente um terço dos linfomas não-Hodgkin (LNH) ocorrem em sítios extra-linfáticos, mais comumente no trato gastrointestinal e cabeça e pescoço. Os LNH correspondem ao segundo tumor maligno não epitelial mais prevalente na cavidade oral e região maxilofacial. O objetivo do presente estudo é descrever um caso de linfoma de células grandes B em seio maxilar, destacando a possibilidade da manifestação desse tipo de câncer nesse sítio, suas repercussões e o desafio do diagnóstico precoce.

Apresentação do caso

Homem, 66 anos, diabético, dislipidêmico, com hipotireoidismo, apresentou odontalgia, que evoluiu para dificuldade de respiração nasal à direita, dificuldade visual no olho direito, dor em hemiface direita e rinorreia amarelada noturna. O paciente inicialmente procurou o dentista que solicitou raio x panorâmica e indicou tratamento endodôntico. Após realizados 2 tratamentos, porém sem melhora, realizou-se uma tomografia de face, encontrando-se uma formação sólida com epicentro em seio maxilar direito com expansão para espaço mastigatório, fossas nasais, células etmoidais, recesso frontal, faringe, cavidade oral e outros, com extensão estimada de 4,1x7,3x4,9cm. Posteriormente, realizada uma nasofibrolaringoscopia flexível, concluiu-se a presença de lesão proveniente do meato médio com obstrução nasal à direita e abaulamento até rinofaringe. A fim de confirmar o diagnóstico, em biópsia da lesão no seio maxilar direito, confirmou-se o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin difuso de células grandes com padrão de células de centro germinativo, de acordo com algoritmo de Hans. Como escolha de tratamento, foram realizados 6 ciclos de R-CHOP e, em seguimento, realizado PET-TC, apresentando Deauville 3 em maxila direita. O paciente foi encaminhado para radioterapia, devido à extensão inicial da lesão.

Discussão

Dentre os linfomas não-Hodgkin, o Linfoma Difuso de Grande Células B (DLBCL) é o mais frequente. O DLBCL pode apresentar sintomatologia diversificada de acordo com a área afetada, dessa forma, pela manifestação inespecífica, é comum erros no diagnóstico com consequente indicações terapêuticas inadequadas. O tratamento depende de diversos fatores, como o subtipo de DLBCL, o estágio, o grau do DLBCL, a idade do paciente e seu estado geral de saúde. No caso relatado, o paciente possui doença de alto grau, com manifestação odontológica, sendo conduzido por profissional não médico que realizou 2 tratamentos endodônticos, os quais não foram eficazes para melhora significativa. Dessa forma, postergou-se o diagnóstico, bem como pela impossibilidade de visualizar a lesão por exame panorâmico. Embora demora diagnóstica, houve desfecho positivo logo após o início do tratamento condizente com o quadro patológico (quimioterápico), posteriormente apresentando-se bem clinicamente, em seguimento radioterápico.

Conclusão

O linfoma não-Hodgkin da cavidade oral é uma condição rara. Nesse contexto, é essencial o diagnóstico precoce, no intuito de evitar terapias injustificadas e de iniciar rapidamente o tratamento adequado para melhor desfecho clínico. Por conseguinte, ressalta-se a importância do trabalho multidisciplinar no manuseio desta doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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