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Vol. 44. Issue S2.
Pages S143-S144 (October 2022)
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INIBIÇÃO DA PROTEÍNA HCK: UMA PROMISSORA ESTRATÉGIA PARA O TRATAMENTO DE LEUCEMIAS AGUDAS
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FM Roversia, MLP Buenoa, A Bastosa, ADS Santosa, JAF Silvab, STO Saada
a Centro de Hematologia e Medicina Transfusional - Hemocentro, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
b Department of Surgery, Emory University, Atlanta, United States
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivos

A proteína HCK é um importante membro da família Src tirosina quinase e está relacionada com o desenvolvimento e prio prognóstico das leucemias, apresentando um importante papel como modulador do recrutamento de células imunes no microambiente tumoral. O presente estudo objetiva avaliar a expressão do gene e da proteína HCK em pacientes com leucemia e investigar os efeitos pré-clínicos de um novo composto inibidor de HCK doado pelo Dr. Maurizio Botta (Universidade de Siena).

Métodos

A análise da expressão gênica do HCK foi realizada em células mononucleares isoladas de 163 pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) (estudo TCGA). Expressão proteica foi analisada em 25 aspirados de medula óssea (MO) de doadores saudáveis e pacientes não tratados com mielodisplasia (SMD), LMA secundária a SMD, LMA de novo e leucemia linfoblástica aguda (LLA) por citometria de fluxo e imunofluorescência. Viabilidade celular e apoptose foram realizados em 9 linhagens leucêmicas: OCI-AML3, MOLM13, U937, KG1a, RS4;11, Jurkat, K562 e Hel. A ação do inibidor de HCK foi testada 12 amostras de células hematopoiéticas (CD34+) da MO isoladas de doadores e pacientes para avalição da formação de colônias, proliferação em cocultura 3D (células mesenquimais) e atividade citotóxica em cocultura 2D (monócitos). Camundongos NOD/SCID foram enxertados com células leucêmicas para formar tumor. Análises estatísticas: Kruskal-Wallis, ANOVA ou Mann-Whitney (p < 0,05).

Resultados

A expressão do gene HCK foi aumentada em células de pacientes com LMA M4 e M5 (p < 0,0001). Os níveis de proteína HCK foram maiores em células de pacientes com SMD, LMA e LLA. O inibidor de HCK exibe uma potente inibição do crescimento celular com concentrações entre 0,3 e 9,8μM em células de leucemia (KG1a: 2,0 μM, HL60: 0,5 μM, U937: 0,3 μM, OCI-AML3: 4,2 μM, MOLM13: 8,5 μM, Jurkat: 3,9 μM; RS4;11: 2,1 μM; K562: 9,8 μM; Hel: 5,0 μM), sendo que o tratamento por 48h foi suficiente para inibição do crescimento e morte celular (p < 0,0001). A capacidade dos progenitores hematopoéticos da MO (CD34+) de proliferar e diferenciar-se em colônias foi suprimida pelo inibidor de HCK em SMD, LMA secundária a SMD e LMA de nono (p < 0,001), mas não em doadores. O inibidor de HCK aumentou a apoptose de células leucêmicas e células de pacientes (LMA) em um sistema 3D, sem efeito nas células de doadores. Em cocultura, monócitos programados levaram à apoptose de células leucêmicas (p < 0,001). Resultados in vivo mostraram redução do crescimento tumoral (U937: 62%; OCI-AML3: 66%) e volume (U937: 68%; OCI-AML3: 71%) em camundongos tratados em comparação com os não tratados. Além disso, as análises de proteínas in vitro e in vivo mostraram uma regulação negativa nos níveis de fosforilação de AKT e ERK após o tratamento com inibidor de HCK.

Discussão e conclusões

O inibidor de HCK tem atividade antineoplásica sobre células leucêmicas sem alterar a sobrevivência das células normais, demonstrando ação de morte celular maligna no alvo, provavelmente através da redução da ativação das vias oncogênicas PI3K e MAPK. Atualmente, a ineficácia da quimioterapia padrão está principalmente relacionada à não especificidade entre células leucêmicas e hematopoiéticas normais. Nesse cenário, nossos resultados mostraram a eficácia na inibição de HCK e identificaram este composto como uma oportunidade terapêutica promissora que poderia levar à reversão da resistência à quimioterapia.

Financiamento

FAPESP 2017/21801-2, 2019/25247-5, 2021/05320-0.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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