Journal Information
Vol. 44. Issue S2.
Pages S502 (October 2022)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 44. Issue S2.
Pages S502 (October 2022)
Open Access
INDICAÇÕES CLÍNICAS E MORTALIDADE HOSPITALAR DE PACIENTES SUBMETIDOS A PLASMAFÉRESE TERAPÊUTICA EM HOSPITAIS PRIVADOS DO RIO DE JANEIRO
Visits
462
MECS Correia, KB Fonseca, TA Barros
Grupo GSH, Brasil
This item has received

Under a Creative Commons license
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 44. Issue S2
More info
Objetivos

Avaliar o desfecho de mortalidade em pacientes submetidos a plasmaférese terapêutica de acordo com a doença de base e classificação de acordo com a categoria da Sociedade Americana de Aférese (ASFA).

Materiais e métodos

Estudo retrospectivo e observacional realizado por meio de extração e análise de dados no sistema RealBlood e consulta em prontuário de pacientes entre os anos 2020 e 2022 internados em hospitais da rede privada do Rio de Janeiro atendidos pelo grupo  GSH. Foram avaliados o desfecho dos pacientes (alta ou óbito), sua doença de base que indicou a plasmaférese e a respectiva categoria ASFA.

Resultados

Foram incluídos na análise 90 pacientes submetidos a um total de 498 sessões de plasmaférese terapêutica, com 5,5 procedimentos por paciente em média. Desses, houve discreto predomínio do sexo feminino (53,3%) e a mediana de idade foi de 48 anos. Foram, então, divididos em grupos levando em conta o diagnóstico de base e a categoria da ASFA que indicou o procedimento e avaliados em relação ao desfecho mortalidade hospitalar. A principal indicação foi tratamento de doenças neurológicas com 43 pacientes, seguida pelas doenças hematológicas com 20. Tivemos, ainda, 15 pacientes incluídos por rejeição a órgãos transplantados e 12 com diagnósticos diversos. No que diz respeito a categoria ASFA, a maioria (38 pacientes) encontrava-se com indicação inequívoca (categoria I). Foram 23 e 29 pacientes classificados como categoria II e III, respectivamente. Nenhuma aférese foi realizada com indicação ASFA IV. Dados demográficos de cada grupo serão expostos na tabela I. A mortalidade hospitalar (MH) geral do estudo foi de 26,6%, e para os grupos diagnósticos obtivemos as seguintes MHs: hematologia 30%; neurologia 23,2%; rejeição a transplante de órgão sólido 20%; outros diagnósticos 41,6%. Dentro das categorias ASFA, o desfecho desfavorável esteve presente em 23,7% para categoria I, 13% para a II e 41,3% quando o paciente se enquadrava na categoria III.

Discussão

Há poucos estudos descrevendo mortalidade hospitalar, características e indicações clínicas em pacientes submetidos a plasmaférese no Brasil. Os achados desse trabalho demonstraram grande variação entre as principais indicações e importante mortalidade nesses grupos. Apesar de tendência de maior mortalidade quando o diagnóstico não está entre as indicações clássicas ou quando a categoria ASFA não determina o real benefício do procedimento para a patologia, devido ao pequeno número de pacientes em cada subgrupo, não houve significado estatístico nas diferenças encontradas. Idade, sexo e diagnóstico de base também não influenciaram no desfecho avaliado.

Conclusão

Mais de um quarto dos pacientes submetidos a plasmaférese evoluiu para óbito durante a internação. As indicações são inúmeras e, muitas vezes, ainda carecem de evidências científicas de benefício, o que parece impactar nos desfechos. Trabalhos prospectivos com número maior de pacientes devem ser conduzidos para definirmos indicações mais robustas e com melhores resultados para o paciente.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools