Journal Information
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S364 (October 2023)
Share
Share
Download PDF
More article options
Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S364 (October 2023)
Full text access
INCORPORAÇÃO DE NOVOS FATORES DE RISCO AO IPI PARA REFINAR A ESTRATIFICAÇÃO PROGNÓSTICA DE PACIENTES HIV-POSITIVOS COM DIAGNÓSTICO DE LINFOMA NÃO-HODGKIN
Visits
249
JC Vargasa,b, EC Chapchapc, AL Oliveirac, JD Rochac, FGB Chavesc, GF Perinic, O Baiocchid,e, J Pereriraf, N Hamerschlakc
a Américas Oncologia e Hematologia, São Paulo, SP, Brasil
b Escola de Medicina, Centro Universitário São Camilo (CUSC), São Paulo, SP, Brasil
c Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), São Paulo, SP, Brasil
d Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
e Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP, Brasil
f Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), São Paulo, Brazil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

More info
Introdução

Os avanços na terapia antirretroviral (TARV) melhoraram o prognóstico de pacientes HIV positivos em curso de quimioterapia, porém os linfomas não Hodgkin (LNH) ainda afetam a mortalidade. O manejo de pacientes HIV-positivos com linfoma é complexo, pois as potenciais interações medicamentosas entre quimioterapia, TARV e imunossupressão deve ser manuseada, especialmente nos pacientes em quimioterapia intensiva e/ou uso de inibidor de protease/ritonavir (PI/r). Embora menos validado nesse contexto, o Índice Prognostico Internacional (IPI) pode predizer o prognóstico em pacientes HIV positivos, mas outros fatores de risco, como a contagem de CD4, número de sítios extra nodais, doença bulky podem impactar nestes pacientes.

Objetivo

Investigar e incorporar novos fatores de risco ao IPI em pacientes HIV positivos com LNH.

Material e métodos

Estudo multicêntrico retrospectivo que incluiu pacientes HIV positivos com LNH em 5 centros de São Paulo (HIAE 3.7%, UNIFESP 9.3%, ICESP 65.0%, IIER 18.7%, CPO 3.3%) no período de janeiro de 2000 até dezembro de 2019. Os pacientes foram agrupados de acordo com IPI, em seguida, potenciais fatores de risco detectados pela análise univariada foram incorporados e testados em conjunto com o IPI em análise multivariada para predizer os desfechos de sobrevida. Regressão logística, modelo proporcional de Cox, regressão de risco competitivo, Kaplan meier (log-rank) foram utilizados. As análises univariadas foram testadas pelo teste do qui-quadrado/fischer ou teste de Wilcoxon/t, de acordo com as características das variáveis.

Resultados

214 pacientes foram incluídos e classificados conforme o subtipo de linfoma: linfoma difuso de grandes células B (LNHDGCB) 126/214; Burkitt 79/214; outros subtipos de linfoma (anaplásico, folicular, LNH-T periférico) 9/214; 155/214 eram do sexo masculino, idade média de 43.1 anos (17-79), mediana de CD4 174; albumina média 3,58 g/dL; mediana DHL 529 U/L; mediana Beta-2-microglobuliina 3.1 mg/dL; ECOG≥2: 22.4% (48/214); Bulky 48.1%; 2 ou mais sítios extra nodais 40.8%; estádio Ann Harbor III/IV 88.3%; IPI escore: baixo I=33,6%; int-baixo II=30,8%; int-alto III=26,2%: alto IV=9,4%. Em 174 casos, esquemas quimioterápicos foram baseados em: CHOP 66,1%; Burkitt-like, não seria CHOP Like 28,7%; outros 5,2%. No seguimento mediano de 4,1 anos, a sobrevidas global (SG) e livre de progressão (SLP): 52,0% (IC95%: 59,1-44,3%) e 49.9% (IC95%: 57,0-42,2%). Na análise multivariada a albumina menor que 3.4 g/dL (HR 1.76 IC95% 1.09-2.83, p 0.020) e IPI HR: 1.30 (IC95% 1.05-1.63, p 0.019) impactaram significativamente SLP. Em relação ao CD4 < 200, houve uma tendência, HR:1.39 e p 0.12, mas não significante. No subgrupo com linfoma de Burkitt, massa bulky teve HR:1.81 (IC95% 0.97-3.35 p 0.061) e IPI HR:1.31 (IC95% 0.95-1.81 p 0.099). Incluindo albumina e contagem de CD4 ao IPI, um novo modelo estratificou os pacientes em 5 categorias com prognósticos distintos, SLP-4a: I=100%; II=67,6%; III=54,6%; IV=46,2%; V=30.3% (logrank p < 0,001).

Conclusão

A incorporação da contagem de CD4 e albumina, ao escore do IPI, pode refinar o prognóstico de pacientes HIV com LNH. A equipe deve estar atenta com a interação IP/r e quimioterapia, especialmente nos protocolos mais intensivos e avaliar a mudança da TARV.

Full text is only aviable in PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools