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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S659 (October 2023)
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HEMO 2023
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IMPACTO DE TRÊS DIFERENTES FORMATOS DE AUTOEXCLUSÃO NA TRIAGEM DE DOADORES DE SANGUE NO HEMOCENTRO REGIONAL DE LONDRINA
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FC Trigo, TH Anegawa, LA Diehl, JVNM Alves, IB Oliveira, AS Cupolillo
Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivos

Avaliar se o uso do voto de autoexclusão ao final da triagem clínica de doadores de sangue é útil para identificar candidatos a doador com risco aumentado de infecções transmissíveis, comparando os três diferentes formatos de autoexclusão usados em diferentes períodos no mesmo banco de sangue.

Material e métodos

A partir dos sistemas informatizados do Hemocentro Regional de Londrina, coletamos os dados das doações de sangue efetuadas em três períodos: de 01/01/19 a 12/06/2020, quando a autoexclusão era feita com perguntas “explícitas”num formulário de papel e aplicada num local reservado (período 1); de 13/06/20 a 17/10/21, quando a autoexclusão passou a ser feita com uma única pergunta mais ampla ,“implícita”, no formulário de papel e aplicada num local reservado (período 2), e de 18/10/21 a 31/05/23, quando a autoexclusão continuou sendo feita com a mesma pergunta “implícita”mas na tela do computador da sala da triagem, em frente ao triador (período 3). Compararam-se a frequência de sorologias reagentes e de autoexclusões positivas, bem como a prevalência de sorologias reagentes entre os candidatos que se autoexcluíram ou não, nos 3 períodos, usando o teste do qui-quadrado, com nível de significância p<0,05, no software estatístico Epi-Info 7. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEL (parecer 1206199); todos os dados que pudessem levar à identificação dos doadores foram mantidos em sigilo.

Resultados

No período 1, houve 22.005 doações, com 419 autoexclusões (1,9%) e 371 sorologias reagentes (1,7%). No período 2, houve 17.572 doações, com 211 autoexclusões (1,2%) e 240 sorologias reagentes (1,4%). No período 3, houve 20.981 doações, com 45 autoexclusões (0,2%) e 374 sorologias reagentes (1,8%). A frequência de sorologias reagentes e de autoexclusões positivas foi diferente na comparação entre os três períodos (p = 0,003 e p < 0,0001, respectivamente). Comparando os doadores que se autoexcluíram ou não em cada período, observamos que a autoexclusão positiva aumentou a probabilidade de qualquer sorologia reagente no período 1, com odds ratio (OR) = 2,0(IC95% = 1,1 a 3,5; p = 0,01),mas não houve diferença na prevalência de sorologia reagente entre os doadores com ou sem autoexclusão positiva nos períodos 2 ou 3.

Discussão

Devido a ajustes nos processos de trabalho do Hemocentro Regional de Londrina, houve mudanças no formato e no ambiente de aplicação do voto de autoexclusão usado no serviço em junho/2020 e em outubro/2021. Nossos resultados mostram que o formato “original”da autoexclusão, usado no Hemocentro até 12/06/20 (período 1), era realmente útil para identificar candidatos a doador com risco aumentado de infecções transmissíveis, tendo em vista a prevalência significativamente maior de sorologias reagentes entre os candidatos que se autoexcluíram em comparação aos demais doadores nesse período. No entanto, com as mudanças na autoexclusão a partir de 13/06/20, essa ferramenta perdeu capacidade de discriminar esses doadores de maior risco. Acreditamos que essa perda seja devida tanto às características da pergunta usada (bem menos objetiva) como ao ambiente em que a autoexclusão passou a ser aplicada (na própria sala da triagem, em frente ao triador, com menos privacidade para o doador).

Conclusão

Nossos resultados indicam a necessidade urgente de rediscutir o voto de autoexclusão usado na triagem clínica de candidatos a doador de sangue no Hemocentro Regional de Londrina, pois o formato atual não discrimina candidatos com risco aumentado de infecções transmissíveis.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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