O Laboratório de Imuno-Hematologia de Pacientes (LIHP) da Fundação Hemocentro de Brasília (FHB) é o laboratório de referência para realização de exames complementares imuno-hematológicos básicos, avançados e especiais, que auxiliam a Hemorrede do Distrito Federal (DF) na investigação e conclusão dos casos complexos e na realização de transfusões sanguíneas mais seguras. A taxa de resolução dos casos é tratada como indicador da Gerência de Imuno-Hematologia (GEIH), incluído no plano estratégico da FHB e tendo como meta institucional os valores de 80%, 85% e 90% para os anos de 2021, 2022 e 2023, respectivamente. A cada quadrimestre, o indicador é utilizado para monitoramento da efetividade das técnicas realizadas no laboratório, bem como, para planejar a implantação de novos métodos e melhorias do serviço.

Demonstrar o impacto da implantação de novas técnicas no LIHP, a fim de obter aumento dos índices de casos imuno-hematológicos complexos resolvidos na instituição.

Trata-se de uma pesquisa quantitativa e retrospectiva em que foram analisados os resultados de casos resolvidos e não resolvidos nos anos 2021, 2022 e primeiro quadrimestre de 2023, e a relevância das taxas encontradas com a implantação de novas técnicas e otimização das já implementadas. Foram considerados casos resolvidos aqueles em que os resultados viabilizaram a transfusão sanguínea com prova cruzada compatível, a exclusão de aloanticorpos na amostra, a avaliação do risco de hemólise pela técnica de monocamada de monócitos (Monocyte Monolayer Assay ‒ MMA) e a dedução do fenótipo a partir da genotipagem eritrocitária. Os casos não resolvidos foram aqueles em que não se obteve um resultado conclusivo por limitações e/ou indisponibilidade de técnicas, com necessidade de suporte do laboratório externo de referência.

Nos três quadrimestres de 2021, a taxa de resolução de casos foi de 86,8%, 87,7% e 84,4% respectivamente, em conformidade com a meta estabelecida. Nesse período foi implementada a técnica de MMA e melhorias nas técnicas de auto e aloadsorção. Em 2022, a meta foi novamente atingida com os resultados de 87,4%, 85,0% e 87,2%. Neste período ocorreu a implantação dos testes de genotipagem eritrocitária por PCR em tempo real, revisões de técnicas utilizadas e capacitação da equipe, por meio de discussões científicas periódicas. No primeiro quadrimestre de 2023 foi obtida uma taxa de 91,9%, demonstrando que houve um aumento de 5,9% em relação ao primeiro quadrimestre de 2021. Nesse período foi implementada a técnica de fenotipagem para o antígeno Dia e a validação do uso das enzimas proteolíticas tripsina e alfa-quimiotripsina. C

Diante do exposto, observou-se que a implantação de técnicas imuno-hematológicas causou impacto positivo nas taxas de resolutividade de casos no laboratório. O monitoramento contínuo do indicador é importante no planejamento de ações visando à melhoria da qualidade e serviços prestados aos pacientes e por consequência, maior segurança transfusional. O planejamento de novas ações vem sendo desenvolvido com intuito de manter ou elevar a taxa de resolução de casos, tais como a implantação de congelamento de soros e hemácias raras (soroteca e hemateca) e novos ensaios de antígenos e variantes de grupos sanguíneos por genotipagem eritrocitária.