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Vol. 44. Issue S2.
Pages S548-S549 (October 2022)
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Vol. 44. Issue S2.
Pages S548-S549 (October 2022)
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IDENTIFICAÇÃO DE HETEROZIGOSE COMPOSTA PARA HEMOGLOBINAS S E HB PORTO ALEGRE POR ASSOCIAÇÃO DE METODOLOGIAS LABORATORIAIS: RELATO DE CASO
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GA Bernardinoa, ACM Bertib, VS Ramosb, EP Noronhaa, E Belini-Júniorb
a Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar), São Luís, MA, Brasil
b Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Três Lagoas, MS, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Relatar a importância da associação de metodologias laboratoriais para a identificação de heterozigose composta para hemoglobinas (Hbs) S e Porto Alegre (PA).

Material e Métodos

Amostra de sangue total do paciente, sexo masculino, 2 anos, proveniente do ambulatório do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (HEMOMAR), foi enviada ao Laboratório de Genética da UFMS/CPTL para diagnóstico molecular de perfil hemoglobínico inconclusivo. Foram realizados hemograma, reticulograma (ADVIA 2120i - Siemens Healthineers), análises cromatográficas (HPLC – Premier Resolution, Trinity Biotech) e análises moleculares (PCR-RE e sequenciamento do gene beta globina – HBB, sequenciador 3770xl DNA analyser). A amostra do paciente foi submetida a novas análises cromatográficas após 4, 10 e 15 dias de coleta.

Resultados

O hemograma e reticulograma apresentaram os seguintes parâmetros: E = 5,07 milhões/mm3; Hb = 13,4 g/dL; Ht = 38,4%; VCM = 75,8 fL; HCM = 26,5 pg; CHCM = 35,0%; RDW = 15,6%; Reticulócitos = 33.800/mm3; CHr = 28,9 pg; VCMr = 92,9 fL. O perfil cromatográfico realizado no mesmo dia da coleta apresentou Hb S (45,5%), Hb A (40,9%) e Hb A2 (4,4%). Avaliações da mesma amostra, após dias de coleta, apresentaram os seguintes perfis de Hb: após 4 dias de coleta - Hb S (46,4%), Hb A (36,0%), Hb A2(4,2%) e Hb Variante (4,6%) em tempo de retenção relativo (RRT) a Hb S; após 10 dias - Hb S (48,3%), Hb A (19,9%), Hb A2 (4,0%) e dois picos de Hb Variante: um eluindo no RRT de Hb F (9,3%) e outro no RRT de Hb C (15,4%); após 15 dias - Hb S (53,9%), Hb A2(3,9%), e três picos de Hb Variante: um eluindo no RRT de Hb F (10,9%) e outros dois no RRT de Hb C (19,3% e 2,6%). As análises moleculares detectaram a presença de duas mutações no éxon 1 do HBB, HBB:c.20A > T (Hb S) e HBB:c.29C > G (Hb PA), ambas em heterozigose.

Discussão

O hemograma e o reticulograma apresentaram todos os parâmetros dentro da referência para idade, sem anemia e alterações hematológicas. Em relação à primeira análise cromatográfica foi possível verificar um perfil hemoglobínico sugestivo de S/β+ talassemia silenciosa. No entanto, a partir da observação dos valores do hemograma e do reticulograma, a hipótese de β+ talassemia foi excluída e análises moleculares foram realizadas para o diagnóstico confirmatório evidenciando a presença de mutações correspondentes a Hb S e Hb PA. A Hb PA é uma variante estrutural rara que possui um grupo tiol extra reativo devido à substituição de uma serina por cisteína, o que induz a formação de oligômeros de Hb, entretanto seu portador é assintomático. O perfil cromatográfico dessa Hb muda conforme aumenta-se o período entre a análise e a coleta da amostra, havendo uma diminuição gradual da área do pico que elui no RRT de Hb A e um aumento da área dos diferentes picos em que eluem os oligômeros.

Conclusão

A associação de diferentes metodologias laboratoriais é fundamental para diagnóstico preciso de hemoglobinopatias. No caso relatado, a combinação das análises realizadas foi crucial para identificação acurada das hemoglobinas variantes, evitando assim a interpretação equivocada dos resultados que poderia levar a tratamentos inadequados dos seus portadores.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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