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Vol. 42. Issue S2.
Pages 536-537 (November 2020)
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HTLV COMO FATOR DE RISCO E GRAVIDADE AO COVID-19 - RELATO DE DOIS CASOS
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L.G. Carvalhoa, M.E.G. Rochaa, V.M. Chagasa, V.R.S. Juniora, A.Q.M.S. Arouchab, M.C.B. Correiaa, M.F.H. Costaa
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), Recife, PE, Brasil
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O vírus da leucemia de células T de adulto (HTLV) é um retrovírus transmitido sexualmente e através do sangue, endêmico na América do Sul, responsável por infecção crônica em humanos. A maioria dos portadores desconhece sua infecção (10 a 20 milhões de pessoas são carreadores do vírus), e a doença somente se apresenta clinicamente em cerca de 5% (500.000 a 1 milhão). Em momento de pandemia mundial, a identificação dos portadores de HTLV é imprescindível a fim de compreendermos o funcionamento e realizarmos enfrentamento adequado quando houver coinfecção com o COVID-19. Seriam os portadores do HTLV mais vulneráveis aos sinais e sintomas do COVID-19, bem como desenvolveriam sinais da doença mais grave, uma vez que o HTLV causa desregulação na proliferação de linfócitos T CD4 e CD8, bem como uma disfunção imune que predisporia a casos graves de COVID-19 quando em associação com HTLV. Ainda são questionamentos presentes na literatura científica, sendo necessário estudo com maior número de participantes para elucidar essa questão. O objetivo deste trabalho é o de apresentar o relato de dois casos de pacientes portadores de HTLV, que não desenvolveram doença relacionada, mas que foram acometidos de COVID-19. Tratam-se dos seguintes pacientes: sexo feminino, 64 a, com diagnóstico de HTLV há 4 anos, ao apresentar quadro clínico de sarna crostosa, estrongiloidíase e infecção grave secundária as lesões cutâneas. O outro paciente de sexo masculino, 72 anos, portador de HTLV, diagnosticado durante triagem sorológica há 4 anos, sem nunca desenvolver evento clínico infeccioso. Os dois são seguidos regularmente no ambulatório de hematologia e não apresentaram alterações significativas aos hemogramas e bioquímicas de rotina no seguimento. Durante a pandemia atual, os dois pacientes foram contaminados pelo COVID-19, porém os sinais e sintomas de ambos foram leves como coriza, congestão nasal, anosmia e febre. Não houve quadro clínico respiratório (queda da saturação de oxigênio, taquidispneia) e nem necessidade de internamento hospitalar. Os pacientes foram apenas medicados com sintomáticos e os exames laboratoriais não apresentaram exacerbação de linfócitos e não apresentaram desenvolvimento clínico de aspectos das doenças do HTLV (neuropatia ou leucemia) e nem apresentaram outras infecções associadas.Geralmente, ao serem avaliados casos na literatura que relacional covid-19 e portadores de HTLV, ainda os dados clínicos são escassoz e os relatos estão mais relacionados a casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV); sendo assim, cabe aos profissionais de saúde aconselhamento de prevenção em relação ao COVID-19, a fim de que os portadores não sejam contaminados, uma vez que ainda não há tratamentos efetivos para erradicação e controle viral quando se abordam questões do HTLV, sendo na maioria das vezes desfechos desfavoráveis com taxas de mortalidade e morbidade bastante elevadas. Neste relato, os casos abordados servem para colocar em evidencia a importancia e a endemicidade do HTLV, porém os questionamentos ainda permanecem como uma lacuna na literatura científica, sendo necessário estudo com maior número de participantes para elucidar essa coinfecção.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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