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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S826 (October 2023)
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PATIENT BLOOD MANAGEMENT
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GERENCIAMENTO DE SANGUE DO PACIENTE EM OBSTETRICIA: UMA REVISÃO
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LC Faria
Centro de Hemoterapia de Goiânia, Goiânia, GO, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Introdução

O Gerenciamento de Sangue do Paciente (PBM – “Patient Blood Management”) é uma abordagem multidisciplinar, baseada em evidências, com o objetivo de manter a concentração de hemoglobina, otimizar a hemostasia e minimizar a perda de sangue em um esforço para melhorar os resultados do paciente. Embora a obstetrícia seja reconhecida como um campo importante para implementação do PBM devido ao potencial de hemorragia, taxas aumentadas de deficiência de ferro e necessidade de transfusões de sangue, ainda há pouca conscientização entre os profissionais dessa área.

Objetivos

Destacar a importância do PBM em obstetrícia e as evidências atuais sobre esse tópico.

Material e métodos

Realizou-se uma revisão bibliográfica nas plataformas Pubmed, Medline e SciELO em artigos publicados de 2013 a 2023.

Discussão

O PBM em obstetrícia consiste em intervenções diagnósticas e/ou terapêuticas durante a gravidez, parto e no pós-parto. Em geral, a anemia ocorre com frequência em mulheres grávidas e está associada principalmente à deficiência de ferro. Segundo a OMS, durante a gravidez, o diagnóstico de anemia é confirmado se a Hb for <11 g/dL. Portanto, um dos pilares do PBM em obstetrícia é a identificação da anemia durante a gravidez e a sua causa, tratamento precoce da deficiência de ferro e a otimização da massa de glóbulos vermelhos em vista do parto. A Hemorragia Pós-Parto (HPP) é uma emergência obstétrica comum e a principal causa de mortalidade materno em todo o mundo. A HPP é comumente definida como perda sanguínea acima de 500 mL após parto vaginal ou acima de 1000 mL após parto cesariana nas primeiras 24 horas, ou qualquer perda de sangue pelo trato genital capaz de causar instabilidade hemodinâmica, enquanto a HPP maciça é definida como sangramento nas primeiras 24 horas após o parto (por qualquer via) superior a 2000 mL. Os fatores de risco para HPP são: idade avançada, gestações múltiplas, pré-eclâmpsia, indução do parto, fibroma uterino, distúrbio do espectro da placenta acreta, entre outros. O tipo de parto não pode ser considerado preditor de HPP, embora a cesariana esteja associada a uma maior perda média de sangue em comparação com o parto vaginal. Embora esses fatores existem, 60% das mulheres com HPP não apresentam fatores de risco, portanto, o manejo do sangue do paciente em obstetrícia deve ser focado não apenas em mulheres com fator de risco identificado de HPP, mas em todas as mulheres grávidas. Em caso de HPP, o PBM orienta que os profissionais tomem medidas modernas apropriadas para minimizar a perda de sangue, incluindo tamponamento por balão, administração de ácido tranexâmico e fibrinogênio, administração de fator VII recombinante ativado, suturas de compressão uterina e embolização da artéria uterina. Na fase do pós-parto, o PBM orienta um tratamento diferencial na frase de sangramento ativo e não ativo da HPP. Durante o sangramento ativo e intenso, transfusões de sangue são frequentemente necessárias. No entanto, durante a fase de sangramento não ativo, o uso restritivo de transfusão deve ser aplicado. Nesse caso, recomenda-se a administração de ferro para resolver a anemia pós-parto.

Conclusão

Diante disso, conclui-se que a implementação do PBM na área da obstetrícia pode ser uma maneira eficaz de promover cuidados de alto valor, melhorando os resultados dos pacientes, reduzindo a quantidade de transfusões de sangue e economizando custos relacionados.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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