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Vol. 44. Issue S2.
Pages S252-S253 (October 2022)
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GAMOPATIAS MONOCLONAIS DE SIGNIFICADO INDETERMINADO: EXPERIÊNCIA DE SEIS ANOS EM DIAGNÓSTICO E SEGUIMENTO DE SERVIÇO ESPECIALIZADO EM HEMATOLOGIA
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ML Pulsa, AAL Pulsb
a Hospital Nove de Julho (H9J), São Paulo, São Paulo, Brasil
b Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic, Araras, SP, Brasil
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Vol. 44. Issue S2
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Objetivo

Descrição da experiência dos últimos 6 anos de diagnóstico e acompanhamento de pacientes com gamopatias monoclonais de significado indeterminado (GMSI) em serviço médico de hematologia no interior do estado de São Paulo.

Material e métodos

Estudo descritivo, retrospectivo e observacional realizado a partir de dados obtidos por meio da análise de prontuários eletrônicos de portadores de GMSI admitidos e atendidos de janeiro de 2016 a dezembro de 2021 em serviço médico especializado em hematologia do interior paulista. Incluídos pacientes vivos, com confirmação laboratorial e avaliação medular. Excluídos pacientes que perderam seguimento. Dados comparados com informações disponíveis na literatura científica especializada, obtida nas bases de dados Medline (acessada via PubMed).

Resultados

Acompanhamos, durante tempo variando de 2 a 6 anos, 15 pacientes, 10/15 femininos (66,66%) e 5/15 (33,33%) masculinos. Mediana de idade de 65 anos (extremos etários de 45 a 88 anos). Todos os pacientes foram triados por encaminhamento de outras especialidades. 6/15 pacientes encaminhados por reumatologistas, 3/15 por geriatras, 2/15 por cardiologistas, 2/15 por otorrinolaringologistas, 1/15 por médico da atenção primária e 1/15 por ortopedista. A proteína anômala evidenciada em 14/15 casos foi de componente IgG e, em um caso, diagnosticado GMSI por cadeias leves, com imunofixação sem expressão de cadeias pesadas. 12/15 pacientes apresentaram anemias durante a evolução, com valores de hemoglobina atingindo até 10.2 g/dL. Todos os pacientes foram submetidos à biópsia de medula óssea em algum momento, seja pelo desenvolvimento de anemia sem outra causa clara ou sintomas inespecíficos sem explicação evidente. Em nenhum caso foi observado plasmocitose superior a 10% na celularidade medular, com achados variando de 1 a 8%. O diagnóstico diferencial revelou 1 paciente com artrite reumatoide concomitante e 1 paciente com exposição prévia ao vírus da hepatite B, sem doença ativa.

Discussão

Em nosso serviço, realizamos seguimento de GMSI trimestral nos primeiros dois anos após o diagnóstico com, preferencialmente, quantificação de proteína M, IgG, IgA, IgM, cálcio, creatinina, hemograma, cadeias leves livres e urina-1. Em pacientes com níveis de proteína M inferior a 1,5 g/dL, GMSI por proteína IgG, relação de cadeias leves livres inferior a 8, assintomáticos, níveis normais e estáveis de função renal e eletrólitos, hemograma sem citopenias, não solicitamos de rotina avaliação medular, indicando tal exame e avaliação imagenológica óssea para pacientes que não se enquadram nos requisitos acima ou que apresentam evolução clínica ou laboratorial digna de atenção para possibilidade de evolução clonal. Em admissão, realizamos diagnóstico diferencial com sorologias para hepatite B, C e HIV e pesquisa para amiloidose e colagenoses (lúpus e artrite reumatoide, por exemplo) se quadro clínico sugestivo. A evidência científica mantém a recomendação, já evidenciada em estudos clínicos desde 2002, de que as GMSI sem critérios de risco ou sinais de alarme podem ser acompanhadas com segurança, com publicações descrevendo risco de evolução para mieloma múltiplo em taxas inferiores a 1% ao ano.

Conclusão

Nossos pacientes em algum momento realizaram avaliação medular invasiva. Conforme descrito na literatura científica especializada, o seguimento clínico constitui estratégia segura para pacientes com GMSI classificadas como baixo risco.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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