Compartilhar
Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S253 (Outubro 2022)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S253 (Outubro 2022)
Open Access
MIELOMA PLASMABLÁSTICO COM APRESENTAÇÃO ATÍPICA EM ADULTO JOVEM: RELATO DE CASO
Visitas
512
LV Carvalho, GG Lima, RCB Melo, EM Rego, V Rocha, GA Martinez, FS Seguro
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
Mais dados
Introdução

As neoplasias de diferenciação plasmablástica são doenças hematológicas raras e de apresentação agressiva. Mieloma Plasmablástico (MPL) e Linfoma Plasmablástico (LPB) são dois dos subtipos possíveis, e como podem ter perfis morfológicos e imunofenotípicos idênticos, a diferenciação diagnóstica pode ser difícil.

Objetivos

Relato de caso de paciente com neoplasia plasmocitária de diferenciação plasmablástica, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo- ICESP.

Materiais e métodos

Coleta de dados de prontuário clínico.

Resultados

Homem de 21 anos, previamente hígido, HIV negativo, evolui há 6 meses com linfadenomegalias em região cervical e submandibular medindo até 3cm, sem lesões palato ou região paranasal, sem sintomas B associados, sem hepatoesplenomegalia. Apresentava anemia (Hb 10,6 g/dL) sem outras alterações em hemograma, e com função renal e níveis de cálcio normais, sem lesões ósseas líticas. Apresentava pico monoclonal sérico de 3,1mg/dL IgG kappa, além de pico monoclonal urinário de 360 mg/24 horas com presença de proteína de Bence Jones. Avaliações medulares iniciais (mielograma, imunofenotipagem e cariótipo) prejudicadas por aspirado seco, achado justificado por biópsia de medula óssea com fibrose medular grau 4 de Bauermeister. Biópsia evidenciou infiltrado celular difuso de aspecto imaturo e caracteres hematolinfoides/ plasmocitoides, representando 95% dos elementos nucleados. Na imunohistoquímica (IHQ), células positivas para CD138, negativas para CD20, CD30, MUM-1, ALK1, ki67 de 20%. A pesquisa para EBV e HHV-8 foi negativa. Em biópsia de linfonodo cervical, vista proliferação de células plasmocitoides com citoplasma amplo e alto grau citológico, positivas para CD138, MUM-1, com restrição kappa. A pesquisa para CD56, PAX5, CD20, EBV e HHV8 resultaram negativas, e ki67 foi de 10,85%. Em PET CT, achados de linfonodos hipercaptantes com SUV de 9,8, e hipercaptação difusa em medula óssea, com SUV máximo de 13,1. FISH de material de linfonodo demonstrou amplificação do cromossomo 1q e deleção do cromossomo 1p. O paciente foi então diagnosticado com mieloma plasmablástico double hit, iniciou tratamento com esquema VDT-PACE, sem intercorrências, e segue com programação de ser avaliado para transplante de medula alogênico.

Discussão

A diferenciação entre mieloma e linfoma plasmablásticos é difícil de ser feita apenas pela morfologia e IHQ. O fato do paciente ser HIV negativo, associada à pesquisa negativa para Epstein Barr, eram indícios que tornavam a hipótese de LPB menos provável. Por fim, os achados de FISH de alterações citogenéticas associadas a mieloma múltiplo que vieram a confirmar o diagnóstico de mieloma plasmablástico, apesar da idade muito jovem.

Conclusão

Este caso ilustra a dificuldade no diagnóstico diferencial entre as neoplasias plasmablásticas com base apenas em características clínicohistopatológicas, ressaltando a importância da pesquisa citogenética e de infecções virais latentes associadas (EBV e HHV8) para o diagnóstico e tratamento mais adequados.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas