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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S252 (Outubro 2022)
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RELATO DE CARDIOTOXICIDADE POR BORTEZOMIB.
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MB Teixeira, LC Moretti, MCFR Calil, FL Sousa, CP Alves, JPC Araujo
Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Uberaba, MG, Brasil
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Relato de cardiotoxicidade por bortezomib.

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Paciente, MIL, 85 anos, do lar, sabidamente cardiopata, em seguimento na cardiologia devido a Fibrilação atrial em anticoagulação, e insuficiência cardíaca de fração de ejeção preservada, apresentou, em março de 2021 diagnóstico de mieloma múltiplo, classificado como estádio 2 apresentando status performance e funcionalidade preservados apesar da idade. Iniciado primeiramente tratamento com melfalano e prednisona e posteriormente transicionado para bortezomib, ciclofosfamida e dexametasona, com primeiro ciclo iniciado 24 de abril de 2022. Conforme administrado os ciclos, foi observado exacerbação dos sintomas de edema em membros inferiores de caráter vespertino, simétrico e sem sinais flogisticos, evolução da dispneia para aos pequenos esforços, tosse seca e piora da função renal. Passou em consulta na especialidade de cardiologia quando foi constatado piora da insuficiência cardíaca, passando de classe II de insuficiência cardíaca da New York Heart Association para classe IV. Foi proposto então, suspensão da medicação bortezomib, devido a hipótese de cardiotoxicidade. Após intervenção, paciente evoluiu com melhora dos sintomas e retorno para a classe II de insuficiência cardíaca da NeW York Heart Association.

Discussão

O bortezomib atua como inibidor reversível da atividade quimiotripsina símile do proteossomo. Está presente nos protocolos mais utilizados para o tratamento de mieloma múltiplo. Observa se como efeitos colaterais trombocitopenia, fadiga, neuropatia periférica, neutropenia, anemia, vômitos, diarreia, desidratação, náuseas e fraqueza. Do ponto de vista cardiovascular, hipotensão arterial durante sua infusão é o mais comum, com necessidade de controle adequado da volemia e ajuste cautelosos em medicações anti-hipertensivas. Pode causar insuficiência cardiaca, sendo a principal manifestação disfunção ventricular direita. Não há relatos de tromboembolismo relacionado ao uso da droga isoladamente, sendo presente apenas com associação a talidomina e ciclofosfamida. Além disto a medicação pode causar bradicardias e taquicardia ventricular. O paciente alvo deste trabalho, já em acompanhamento cardiológico devido a fibrilação atrial paroxística, apresentou piora do edema de membros inferiores, dispneia aos pequenos esforços e piora da função renal após início do bortezomib, tendo como principal hipótese diagnóstica a cardiotoxicidade por bortezomib. Após suspensão da medicação houve melhora dos sintomas e retorno da mesma à classe funcional de base.

Conclusão

O avanço da terapêutica para mieloma múltiplo proporcionou um aumento considerável na sobrevida e qualidade de vida dos pacientes. O bortezomib configura uma das medicações mais utilizadas nos protocolos atuais para tratamento dessa doença devido a sua comprovada eficácia. Sintomas cardiovasculates podem se desenvolver nestes paciente devido a sua conhecida cardiotoxicidade. Hipotensão arterial é o mais frequente deles, seguido de insuficiência cardíaca. Sendo assim, destaca se a importância de monitorização adequada destes pacientes quanto a indicação e seguimento do tratamento com uso do bortezomib.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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