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Vol. 45. Issue S4.
HEMO 2023
Pages S636 (October 2023)
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FREQUÊNCIA DE ANTÍGENOS C E E EM DOAÇÕES RHD NEGATIVO
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CE Araujo, CA Kreisig, DFR Hamm, MA Leite
Hemovita Caxias, Caxias do Sul, RS, Brasil
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Vol. 45. Issue S4

HEMO 2023

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Objetivos

O sistema Rh é um dos dois mais importantes da hemoterapia, contendo 55 antígenos, sendo cinco principais: D, C, c, E e e. Durante os testes pré-transfusionais, apenas o antígeno D é identificado, classificando os doadores em Rh positivo ou Rh negativo, de acordo, respectivamente, com a presença ou não do antígeno. Dentre os outros antígenos, o C e o E estão frequentemente envolvidos no processo de aloimunização em transfusões ABO/RhD compatíveis, uma vez que são pouco comuns em paciente Rh negativos e que sua presença não é obrigatoriamente identificada nas bolsas doadas. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar a frequência dos antígenos C e E em doações de sangue RhD negativo.

Material e métodos

A amostra foi obtida por conveniência, abrangendo todas as doações realizadas entre novembro de 2022 e julho de 2023 em um Hemonúcleo da Serra Gaúcha. A partir da identificação das bolsas de sangue RhD negativo, foi realizada pesquisa de CDE em microplaca e, se positiva, fenotipagem CDE por metodologia em gel. Doações de sangue D fraco positivo também foram incluídas no estudo para pesquisa dos demais antígenos CDE. Os dados foram reunidos e analisados com o programa Excel.

Resultados

Foram contabilizadas 6202 doações, delas, 1088 eram RhD negativo (17,5%), sendo incluídas no estudo. Dentre as doações RhD negativo, 7,8% (85) apresentaram pesquisa de CDE positiva, sendo 65,9% (56) haplótipo dCe, 16,5% (14) dcE, e 17,6% (15) dCE.

Discussão

Nosso estudo encontrou uma frequência de 92,2% de testes CDE negativo entre as doações RhD negativo, diferentemente do relatado por Qanash et al. (2022) na Arábia Saudita, onde 73,9% dos pacientes apresentavam haplótipo dce. Essa diferença pode ser explicada pelas diferenças populacionais entre os dois estudos, mas continuam indicando uma alta prevalência desse haplótipo de maneira geral no mundo. Sendo um município majoritariamente de origem caucasiana, é esperado que cerca de 7,5% da população seja RhD negativo com CDE positivo (MS, 2022), muito próximo aos achados do estudo (7,8%). Além disso, os haplótipos menos frequentes foram o dcE e o dCE, correspondendo, juntos, a apenas 2,7% das doações RhD negativo, o que corrobora com outros estudos, como em Belém (PA), onde Monteiro et al. (2020) encontrou uma frequência de 3,2%, confirmando a baixa expressão do antígeno E nas diferentes populações do país. O antígeno C estava presente em 83,5% das doações RhD negativo CDE positivo, fato que demonstra a importância de sua identificação, uma vez que é um dos antígenos mais frequentemente envolvidos em processos de aloimunização dos pacientes RhD negativo. Além disso, é recomendado pela Portaria 158/2016, a realização da fenotipagem de antígenos eritrocitários dos sistemas Rh (D, C, c, E, e) nas doações de sangue, elevando a segurança transfusional.

Conclusão

A partir de nosso estudo foi possível determinar as frequências dos antígenos C e E entre as doações de sangue RhD negativo, contribuindo com maior segurança transfusional, evitando sensibilizar receptores RhD negativos com unidades C e/ou E positivas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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