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Vol. 42. Issue S2.
Pages 535-536 (November 2020)
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Vol. 42. Issue S2.
Pages 535-536 (November 2020)
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FREQUÊNCI33DE COVID-19 ENTRE PORTADORES DE NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS: RESULTADOS DE PROGRAMA DE TRIAGEM AMPLA NO DECORRER DA PANDEMIA
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1986
M. Garnicaa,b, L. Rangela, A. Pissialia, M.C.R. Limaa, R. Bignia, M.R. Valetima
a Complexo Hospitalar de Niterói, Niterói, RJ, Brasil
b Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Em fevereiro de 2020, os primeiros casos de COVID-19 foram identificados no Brasil, e se distribuíram por todo o território nacional com graves impactos sanitários e econômicos. Modificações intensas nas estruturas e no acesso aos serviços de saúde foram necessárias. Uma das mais importantes estratégias para controle da pandemia é a testagem maciça da população. Apesar de os portadores de neoplasias hematológicas estarem sob risco para desenvolvimento de COVID-19 grave, o tratamento precisa ser mantido para não impactar no prognostico da doença de base. Neste estudo analisamos a performance da triagem de SARS-CoV-2 por RT-PCR em pacientes em tratamento em uma Unidade de Hematologia e Transplante de Medula Óssea durante os 5 primeiros meses da pandemia no Brasil, descrevendo a frequência de testagem, e a distribuição de testes positivos em sintomáticos e assintomáticos. Este estudo foi conduzido na Unidade de Transplante do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), e incluiu testes realizados entre março e julho de 2020. O CHN elaborou um protocolo institucional amplo para o enfrentamento da COVID-19, contemplando entre outras medidas, o rastreio por RT-PCR em pacientes com neoplasias hematológicas nas seguintes indicações: em todos os sintomáticos respiratórios; em pacientes com quadro infecciosos sob investigação (protocolo estendido de febre) e em pacientes assintomáticos no pré - transplante para todos os receptores (autólogos ou alogênicos), doadores de TMO, e no rastreio para novas internação na Unidade de TMO independente do motivo da internação. Um total de 108 RT-PCR foram realizados no período. As indicações para a testagem foram em ordem de frequência: 46 coletas para protocolo de rastreamento em receptores de TMO, 37 coletas para rastreamento de sintomáticos respiratórios, 10 coletas de rastreamento pré internação, 8 coletas por protocolo estendido de febre, e 7 coletas em doador de TMO alogênico. Onze rastreamentos resultaram em testes positivos (10%). Nos indivíduos sintomáticos, 22% dos rastreados por sintomas respiratórios e 12,5% dos rastreados no protocolo estendido de febre foram diagnosticados com COVID-19. Entre os assintomáticos, 2 pacientes apresentaram testes positivos, sendo os 2 casos pré TMO autólogo. A frequência de detecção de SARS-CoV-2 foi de 4% em pacientes assintomáticos no pré-auto-TMO. Não obtivemos testes positivos no rastreamento de novas internações ou em doadores de TMO alogênico. A frequência de detecção de SARS-CoV-2 por RT-PCR foi diretamente influenciada pela presença de sintomas, sendo de 22%, 12% e 5% em sintomáticos respiratórios, protocolo estendido de febre, e assintomáticos respectivamente. No decorrer da pandemia, identificamos COVID-19 em pacientes com manifestações não respiratórias e em assintomáticos entre portadores de neoplasias hematológicas, justificando a testagem ampla, independente da apresentação de sintomas respiratórios no decorrer da pandemia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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