Os bisfosfonatos são utilizados em muitas doenças oncológicas, como cânceres de próstata com metástase óssea, câncer de mama, mieloma múltiplo, bem como em doenças sistêmicas como osteoporose, doença de Paget, e osteopenia. Possuem um efeito inibitório em osteoclastos, causando uma série de desequilíbrios no processo de remodelação óssea, dificultando assim a cicatrização local após extrações dentária, o que pode evoluir para uma séria complicação bucal chamada osteonecrose dos maxilares medicamentosa. Paciente CRT, do gênero feminino, 59 anos, diagnosticada com mieloma múltiplo, fazendo uso de ácido zoledrônico (Zometa), chegou para consulta com a equipe de Odontologia do Hospital de Câncer Araújo Jorge, encaminhada da Hematologia para pré consulta para transplante de medula óssea (TMO). No exame intrabucal apresentava doença periodontal avançada, após a realização de um Rx panorâmica, os dentes 36 e 26 foram indicados para extração dentária. Foram realizadas as extrações com prescrição de antibiótico amoxicilina + clavulanato de potássio (Clavulin) 875 mg e metronidazol 250 mg por 14 dias. Dois dias após as extrações, a laserterapia de baixa potência 660 nm vermelho, energia de 1 J/cm2 por ponto, foi instituída associada a irrigação com clorexidina a 0,12% nas lojas alveolares. Paciente evoluiu com boa cicatrização local, e após concluir demais necessidades odontológicas estava apta com relação a saúde bucal para o TMO. Foi observado que o uso coadjuvante da laserterapia no manejo cirúrgico em pacientes que fazem uso de bisfosfonato pode contribuir na reparação tecidual, minimizando complicações bucais pós-operatórias, como a osteonecrose dos maxilares. Além disso, tornar-se imprescindível a comunicação entre cirurgião dentista e equipe médica, em paciente que serão ou são submetidos a terapia com bisfosfonatos.