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Vol. 45. Issue S1.
Pages 1-2 (April 2023)
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EVOLUÇÃO DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA B PH+ COM t(9;22;17)(Q34;Q11.2;P13): RELATO DE CASO
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Fernanda Vaza,b, Roberia M. de Pontesb, Felipe Magalhães Furtadob, Shélida V. Brazb, Anna Carolina Silva Diasb, Larissa Lemosb, Ana Letícia Dias de Oliveirab, José Córdoba Martinsc, Raquel Toscanoc, Isis Quezado Magalhãesc, Ricardo Camargob
a Faculdade de Saúde, Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
b Laboratório de Pesquisa Translacional, Hospital da Criança de Brasília José Alencar, Brasília, DF, Brasil
c Serviço de Oncohematologia, Hospital da Criança de Brasília José Alencar, Brasília, DF, Brasil
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Vol. 45. Issue S1
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Março de 2017, paciente sexo feminino, 9 anos de idade foi atendida no ambulatório de oncohematologia pediátrica com quadro de dor abdominal e leucocitose. Hemograma evidenciava Hb 13,7 g/dL; HTC 38,9%; Leucócitos 52.100 mm3, segmentados 17%, linfócitos 36% e blastos 47%; plaquetas 147.000 mm3; LDH 825 U/L. A imunofenotipagem de medula óssea detectou 48,3% de blastos linfoides com expressão de CD45/cCD79a/CD19/CD34/CD10/CD22/CD58/nuTdT(fraco)/CD38, sem a expressão de marcadores mieloides, sendo compatível com LLA B comum. Foi detectada a fusão BCR/ABL1(p190) e dupla deleção no gene IKZF1 pelas técnicas moleculares RT-PCR qualitativa e MLPA, respectivamente. A citogenética convencionou detectou a translocação t(9;22)(q34;q11.2;p13) e a adição de um braço longo no cromossomo 17 em 13 das 18 metáfases estudadas. A paciente realizou o tratamento quimioterápico de acordo com o protocolo LLA BFM 95 adaptado, adicionado ao uso de inibidor de tirosina quinase (Imatinib). Após um mês do tratamento quimioterápico a paciente apresentou Diabetes Mellitus secundário ao corticoide e intolerância ao inibidor de tirosina quinase utilizado, sendo necessário modificá-lo para o Dasatinib. As pesquisas de doença residual mínima (DRM) foram negativas durante o tratamento e ao término. A paciente permaneceu em remissão clínica completa e medular por 23 meses, quando retornou para avaliação devido a evidência de hepatomegalia e hiperleucocitoese com presença de blastos em sangue periférico, associado à plaquetopenia. Realizado os exames de diagnósticos. O Mielograma evidenciou 27,5% de células blásticas com polimorfismo celular. A imunofenotipagem revelou 40,02% de blastos com complexidade intermediária a alta, correspondendo a três populações que expressam CD19/CD45(fraco)/ CD66c/CD13(fraco), destas 21,81% apresentavam expressão de CD10, CD19, CD33(fraco)/CD34/CD38(fraco)/CD79a/CD81(fraco)/HLA-DR; 15,31% expressando CD33(fraco)/CD34(fraco)/CD38(fraco)/CD79a; 2,91% expressando CD33(forte)/CD34/CD36(parcial)/CD38(forte)/cCD79a(parcial), CD81(fraco), CD117, CD123, HLA-DR e MPO. O estudo imunofenotípico foi compatível com Leucemia Aguda de Fenótipo Ambíguo Linfoide B/Mieloide. Confirmou-se novamente por RT-PCR qualitativa a fusão dos genes BCR/ABL1. A pesquisa de mutação no domínio tirosina quinase de ABL1 não identificou alterações. A citogenética convencional encontrou em 50% de células a t(9;22) e em 10% de células t(9;22;17)(q34;q11.2;p13). Foi instituído a partir do diagnóstico da recidiva medular tardia isolada o tratamento pelo protocolo SJCRH-ALL R16 + Dasatinib. As pesquisas de DRM realizadas no pós-indução, pré-transplante e 6 meses pós-TMO foram negativas. Apesar da t(9;22)(q34.1;q11.2) ser a alteração genética mais comum observada nas leucemias agudas com fenótipo misto, é um subtipo raro, correspondendo a <1% de todas as leucemias agudas. Ocorre em crianças e adultos, sendo mais comum em adultos. Trata-se de um grupo heterogêneo de leucemias agudas com fenótipo e base genética complexos, cujo desafio está no estabelecimento de critérios diagnósticos bem definidos, pois há a necessidade da exclusão de outros subtipos de leucemia que expressam marcadores de células B. A imunofenotipagem por citometria de fluxo multiparamétrica é fundamental para a identificação das leucemias de fenótipo misto e no diagnóstico diferencial de outras doenças linfoproliferativas. Além disso, uma abordagem citogenética-molecular criteriosa e precisa é importante e complementa o diagnóstico, permitindo um melhor prognóstico, além de identificar os subtipos genômicos que permitirão a utilização de terapias alvo-específicas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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