Journal Information
Vol. 46. Issue S4.
HEMO 2024
Pages S52-S53 (October 2024)
Vol. 46. Issue S4.
HEMO 2024
Pages S52-S53 (October 2024)
Full text access
ESTUDO SOCIOEPIDEMIOLÓGICO DOS PORTADORES DE DOENÇA FALCIFORME NO ESTADO DO ACRE
Visits
315
DC Smielewskia, RCA Carvalhoa, TS Moreiraa, KS Macedoa, RG Oliveiraa, LHL Bastosa, JA Kitanoa, BC Almeidaa, IMS Limab, TCP Pinheiroa,c,d
a Universidade Federal do Acre (UFAC), Rio Branco, AC, Brasil
b Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP), Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
c Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), Rio Branco, AC, Brasil
d Centro de Hematologia e Hemoterapia do Acre (HEMOACRE), Rio Branco, AC, Brasil
This item has received
Article information
Special issue
This article is part of special issue:
Vol. 46. Issue S4

HEMO 2024

More info
Objetivo

Este estudo teve como objetivo descrever o perfil dos pacientes com doença falciforme (DF) do Estado do Acre, com enfoque nos aspectos socioepidemiológicos.

Material e métodos

Estudo observacional retrospectivo com dados obtidos do Datasus/Hemoglobinopatiasweb, com os registros do Estado do Acre, no período de 01/01/1993 a 30/06/2024. Foram analisadas as variáveis: sexo, raça, tipo de doença, idade no diagnóstico da doença, ano do diagnóstico e residência do paciente diagnosticado.

Resultados

No período do estudo houve 113 registros de DF no Acre, sendo desses, 8 pacientes com dados duplicados, resultando, assim, em 105 diagnósticos no estado. Destes, 48 eram do sexo masculino (45,71%) e 57 do feminino (54,29%); 59 eram pardos (32,38%), 8 amarelos (7,62%), 3 brancos (2,86%), 1 preto (0,95%) e 34 não tinham registro da cor (56,19%). A média de idade na data do diagnóstico foi de 12 anos. Houve um total de 68 (64,76%) casos em Rio Branco-AC, 34 casos em outros municípios do estado do Acre (32,38%) e 3 casos de pacientes de outros estados que faziam acompanhamento de saúde no Acre (2,86%). A análise da prevalência de diagnóstico de DF por ano em relação ao total evidencia: 1 (0,95%) em 1993, 2 (1,9%) em 2001, 1 (0,95%) em 2002, 1 (0,95%) em 2003, 0 (0%) em 2004, 2 (1,9%) em 2005, 4 (3,81%) em 2006, 3 (2,86%) em 2007, 3 (2,86%) em 2008, 2 (1,9%) em 2009, 4 (3,81%) em 2010, 9 (8,57%) em 2011, 8 (7,62%) em 2012, 5 (4,76%) em 2013, 5 (4,76%) em 2014, 3 (2,86%) em 2015, 5 (4,76%) em 2016, 6 (5,71%) em 2017, 5 (4,76%) em 2018, 11 (10,48%) em 2019, 6 (5,71%) em 2020, 6 (5,71%) em 2021, 5 (4,76%) em 2022, 6 (5,71%) em 2023 e 2 (1,9%) em 2024. Dos pacientes cadastrados, 78 pacientes (74,29%) foram diagnosticados com anemia falciforme (HbSS), 18 pacientes (17,14%) com HbSC, 4 pacientes (3,81%) com talassemia Sβ0, 3 pacientes (2,86%) com HbSD e 2 pacientes (1,90%) com talassemia beta intermediária.

Discussão

Estima-se que atualmente existem entre 60 e 100 mil pacientes com DF no Brasil. Em muitas regiões, como o Acre, há escassez de dados sobre o diagnóstico e complicações da doença, com muitos casos subnotificados. Talvez uma cobertura inadequada dos serviços de triagem neonatal, além de diversas características geográficas que dificultem o acesso aos serviços de saúde, possam justificar esta subnotificação. Dados recentes de um Hemocentro do Norte mostram uma maior prevalência de DF no gênero feminino (56,9%) e na raça parda (78%), que corroboram com os dados encontrados no Acre. Esse dado é importante, pois estudos recentes na população brasileira associam as cores preta e parda a maiores taxas de mortalidade em todas as regiões do Brasil, possivelmente, pela maior prevalência da doença nessa população ou, ainda, por disparidades étnico-raciais nas condições de saúde. A detecção precoce tem um impacto significativo na morbidade e mortalidade. No Acre, a idade média de diagnóstico é de 12 anos, enquanto em cidades como Salvador-BA, a média de idade de diagnóstico é inferior a 6 meses. Com análise dos dados, observa-se uma maior prevalência dos casos diagnosticados no Acre de HbSS, seguida de HbSC.

Conclusão

Conhecer o perfil da DF e suas características regionais é importante para garantir controle adequado da doença. São necessárias mais pesquisas para otimizar a utilização de recursos, a cobertura da triagem neonatal e a assistência disponíveis no Acre.

Full text is only available in PDF
Download PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Article options
Tools